Nesta quarta, durante sessão em que senadores cobraram a saída do chanceler Ernesto Araújo do cargo, Martins foi flagrado pelas câmeras do Senado gesticulando às costas de Pacheco. O gesto feito pelo assessor internacional da Presidência, Felipe Martins, foi considerado obsceno e racista.
A postura de Martins teve consequências, a cúpula do Senado fez chegar ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) o recado de que considerou inaceitáveis os gestos feito pelo assessor, e que, assim, espera sua demissão do posto. A mensagem foi transmitida pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e por outros senadores a ministros próximos a Bolsonaro.
De acordo com interlocutores, o presidente se convenceu de que dificilmente conseguirá manter seu aliado no posto e, no momento, procura um cargo de assessoria na Esplanada ou até mesmo no exterior para acomodá-lo longe do círculo mais próximo a Bolsonaro.
Juntando o polegar ao indicador, ele manteve os demais dedos esticados e fez movimentos repetitivos com a mão ao lado do paletó. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder da oposição, chamou a atenção dos presentes e disse que os gestos eram obscenos. Martins também foi criticado porque o gesto é ligado a movimentos racistas —ele tem histórico de uso de símbolos associados à extrema direita.
Os três dedos esticados simbolizam a letra “w”, uma referência à palavra em inglês “white” (branco). Já o círculo formado representa a letra “p”, para a palavra “power” (poder). Ou seja, o símbolo é apontado como simbolizando “poder branco”. Pesquisadores que estudam símbolos da extrema direita alegam que o gesto é utilizado como uma mensagem codificada para que possam se identificar. A obscenidade também associada ao gesto vem de seu uso no Brasil, como uma forma de dizer “vai tomar no c.”
O assessor rechaça qualquer conotação racista no gesto e afirma que estava arrumando a lapela do terno. (com informações: folha.uol.com.br)
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