Em coletiva de imprensa, o governador João Doria (PSDB), ao lado do diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, anunciou a Butanvac vacina contra a Covid-19, “da ciência, que nos enche esperança na luta contra a Covid-19”. As pesquisas começaram em março de 2020, o Instituto prevê fazer testes clínicos da Butanvac com seres humanos em apenas três meses e disponibilizar 40 milhões de doses a partir de julho. A capacidade de produção pode chegar a 100 milhões por ano. Porém o processo de lançamento do aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A vacina Butanvac vai utilizar a mesma tecnologia da vacina contra a gripe, que também é fabricada pelo Instituto Butantan. Segundo Dimas Covas, o vetor utilizado é um vírus chamado Newcastle, que infecta aves. Os pesquisadores injetam nesse vírus os genes da spike do coronavírus, como é chamada a proteína que se encaixa nas células humanas para promover a infecção. Depois de modificar o vírus Newcastle com a proteína do coronavírus, ele é introduzido em ovos de galinha, onde se multiplica. “É uma vacina produzida em ovo embrionário, mas ela se utiliza da estrutura básica de um vírus, de um vírus que infecta aves, chamado Newcastle. Esse vírus foi modificado geneticamente e ele expressa a proteína S”, explicou Covas.
“Só que essa proteína S é uma super proteína S. Ela desenvolve imunidade de uma forma muito mais efetiva que essas outras vacinas no mercado que usam a proteína S.” disse
Segundo o presidente do Butantan, o uso de ovos para fabricar vacinas é uma tecnologia barata, o que deve favorecer a fabricação de milhões de doses a um custo baixo.
“Não existe ainda nenhuma vacina contra a covid-19 produzida em ovo. Por que é importante produzir em ovo? Primeiro, existem muitas fábricas no mundo que usam essa tecnologia para produzir vacina da gripe. Segundo, é mais barato do que tecnologias mais modernas, porque essa é uma tecnologia tradicional. Terceiro, é seguro. A vacina da gripe é a mais utilizada no mundo, 80 milhões de pessoas são vacinadas todos os anos no Brasil”, defendeu Covas.
Diferentemente da Coronavac ou da vacina de Oxford, em que os parceiros nacionais podem produzir uma capacidade limitada de doses, na nova vacina o Instituto Butantan é o principal desenvolvedor dentro de um consórcio e poderá produzir a maior parte dos imunizantes.
O pedido de autorização para testes contempla as fases 1 e 2 dos estudos, que analisam a segurança e a capacidade de promover resposta imune. A fase da eficácia, na qual as vacinas podem pedir o uso emergencial ou o registro definitivo, é a terceira fase.
O Butantan já é protagonista na vacinação contra a Covid-19 no Brasil com a Coronavac, vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac. O Instituto Butantan conduziu a testagem do imunizante no país e é o responsável pelo envase do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) que é importado da China.
Deixe um comentário