O som da Colômbia é de medo e incerteza. Nas ruas de algumas cidades são ouvidos tiros que ecoam no escuro, correrias e gritos. O país viveu nesta terça-feira mais um dia de violência que pôs em alerta os organismos internacionais. A ONU e a União Europeia condenaram a brutalidade policial e pediram que os responsáveis pela repressão respondam por seus atos. Dezenove pessoas foram mortas, 87 estão desaparecidas e mais de 800 ficaram feridas desde quarta-feira passada, quando começaram os protestos contra uma reforma tributária que o presidente Iván Duque já retirou. O recuo do Governo não esfriou os ânimos.
O presidente mobilizou o Exército para conter os atos de violência, mas isso não deu resultado. Pelo contrário, aumentou a tensão. A resposta do Governo foi redobrar os efetivos. O diretor da polícia, general Jorge Luis Vargas, anunciou que reforçará a segurança Cali com quase 1.500 policiais a mais. Vargas, que não deu números sobre mortes, insistiu que seus agentes atuam em legítima defesa e respeitando a lei. “Ninguém deu instruções para atirar”, disse.
A desistência de Duque de levar a adiante a reforma fiscal era um chamado para acalmar os ânimos nas ruas. De quebra, Duque sacrificou o ministro da Fazenda que havia idealizado a reforma, Alberto Carrasquilla. Nada disso conseguiu fazer o país voltar à normalidade. O comércio e os serviços públicos continuam a meio gás. Há estradas cortadas por todo o país, impedindo o acesso a povoados e cidades. As centrais operárias que convocaram a greve não pretendem recuar, pelo contrário, sua intenção é que nesta quarta-feira, 05, seja realizada a maior mobilização até agora. (fonte:brasil.elpais.com)
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