domingo , 24 novembro 2024
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Perto das Olimpíadas de Tóquio, Japão vive seu pior momento na pandemia

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A dois meses dos Jogos Olímpicos, o Japão vive o momento mais delicado em termos de saúde pública desde o início da pandemia de coronavírus. Autoridades do governo e o próprio primeiro-ministro, Yoshihide Suga, no entanto, têm insistido que a competição pode ser realizada de forma segura, com medidas como a proibição de espectadores estrangeiros durante a competição e a testagem diária dos atletas. Enquanto o Japão avança lentamente, com o pior ritmo de vacinação contra a Covid-19 entre os países do G7, o grupo das principais economias do mundo, o governo tem sido pressionado pela opinião pública. De acordo com as pesquisas mais recentes, diminuiu significativamente seu apoio à realização da Olimpíada.
Um levantamento publicado pelo jornal Asahi Shimbun na semana passada mostrou que 83% dos entrevistados japoneses disseram acreditar que a competição deveria ser cancelada ou adiada pela segunda vez, repetindo o fato do ano passado que, até então, era inédito. Nunca antes uma Olimpíada havia sido adiada, embora três (1916, 1940 e 1944) tenham sido canceladas devido às Guerras Mundiais.
Atualmente, das 47 províncias japonesas, 20 receberam classificação de estágio 4 pelo Ministério da Saúde, o que significa que registraram “aumento explosivo de novos casos”. Destas, dez estão sob estado de emergência, um status legal que permite a líderes regionais a imposição de medidas como o fechamento de estabelecimentos e restrições à mobilidade.
Suga decretou emergência em 23 de abril nas províncias de Tóquio, Osaka, Kyoto e Hyogo. A medida deveria durar até 11 de maio, mas acabou sendo estendida até o final deste mês e ampliada para Aichi e Fukuoka. Depois, o mesmo recurso foi aplicado às províncias de Hokkaido, Okayama e Hiroshima e, na sexta-feira (21), Okinawa também entrou na lista, na qual deve permanecer até pelo menos 20 de junho.
O principal objetivo é reduzir as infecções por coronavírus. O Japão registrou em 13 de maio a maior média móvel de novos casos diários (6.460) desde o início da pandemia e, cinco dias depois, a maior média de mortes (108,29).
Os picos anteriores eram de 6.455 casos em 11 de janeiro e 97 mortes em 6 de fevereiro, que foram seguidos por quedas acentuadas até o começo de março e, novamente, registros de altas até os momentos mais críticos deste mês.
Embora apresentem tendência de queda na última semana, os índices preocupam os especialistas, principalmente em meio ao ritmo lento da vacinação. Apenas 4,37% (5,53 milhões) da população receberam ao menos uma dose dos imunizantes contra o coronavírus. Os que receberam duas doses e estão mais protegidos contra a doença são apenas 1,95% (2,46 milhões). Os índices colocam o Japão atrás dos demais membros do G7 no ritmo da imunização e mesmo atrás do Brasil, que aplicou duas doses em 8,57% da população.

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