O deputado federal Luís Miranda (DEM-DF) contradisse versão apresentada à CPI da Covid nesta quinta-feira (1º) por Luiz Paulo Dominguetti, suposto representante da Davati Medical Supply no Brasil e que negociou a compra de vacinas AstraZeneca com o Ministério da Saúde.
O parlamentar foi ouvido pela comissão na semana passada e relatou indícios de corrupção nas negociações da vacina indiana Covaxin. Já o representante comercial, ao jornal Folha de S. Paulo, afirmou que o então diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias, propôs o pagamento de propina de US$ 1 por dose da vacina Astrazeneca adquirida pela pasta. O negócio não foi fechado.
Nesta quinta-feira, durante a oitiva na CPI, Dominguetti expôs um áudio no qual Luís Miranda fala em negociar produtos. De acordo com o depoente, o áudio seria sobre vacinas. Porém, de acordo com o deputado, o áudio é de 2020 e não se refere a imunizantes.
“O áudio é enviado a Rafael Alves no dia 15 de outubro de 2020 para a aquisição de luvas para a minha empresa”, esclarece o deputado, que diz possuir empresa no ramo hospitalar nos Estados Unidos.
Para o deputado, Dominguetti foi “plantado” na CPI para minar a credibilidade do depoimento de Luís Miranda e de seu irmão, Luís Ricardo, servidor de carreira do departamento de logística do Ministério da Saúde que denunciou as irregularidades na aquisição das vacinas Covaxin pela pasta.
Luís Miranda chegou à CPI durante o depoimento de Dominguetti. “Me disseram que o chamado gabinete do ódio estava planejando um cavalo de troia para desconsiderar as minhas declarações”, disse.
O deputado saiu do Senado e foi a um cartório registrar a íntegra do áudio citado na comissão. Segundo o parlamentar, ele apresentará ainda nesta quinta documentação para o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM). “Ele [Dominguetti] é um criminoso contumaz! Se ele não sair preso daqui estará envergonhando o parlamento e a sociedade brasileira.”, afirmou.
Um novo depoimento de Luís Miranda está marcado para a próxima terça-feira (6) na comissão, mas, o deputado disse que o colegiado avalia mudar a data a pedido dele. De acordo com ele, existem provas a ser coletadas pelo deputado que devem ser apresentadas na CPI, e para isso ele precisará de mais tempo até vir ao Senado depor. (fornte:congressoemfoco.uol.com.br)
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