Através de apenas uma foto, Igor Barcellos Ortega foi condenado a 15 anos e seis meses de prisão em regime fechado. Ele era suspeito de cometer um assalto em Guarulhos. No entanto, o jovem não só era inocente como estava em outra cidade no momento do crime, dando entrada em um hospital como vítima de um atentado. Ao provar que Igor não poderia estar em dois lugares ao mesmo tempo, o Projeto Inocência conseguiu absolver mais um jovem preso injustamente.
Na madrugada de 2 de outubro de 2016, Igor voltava pra casa de moto, na Zona Norte de São Paulo. A 12 km dali, em Guarulhos, município da Região Metropolitana, quatro homens roubavam o carro e o celular de uma vítima. Pouco tempo depois, tentavam um segundo assalto, mas a vítima, um policial que falava ao celular dentro de um carro, reagia com tiros. Um dos assaltantes foi atingido e encaminhado para o Hospital Municipal de Urgência de Guarulhos.
Por sua vez, Igor também foi vítima de um atentado, quando abastecia a moto. Ele deu entrada no Hospital de Jaçanã, em São Paulo, com ferimento a tiros. Como a polícia passou a buscar por jovens que deram entrada em emergências pela cidade com ferimento a balas, Igor imediatamente foi considerado suspeito.
A mãe de Igor, Elizabeth Barcellos, passou a viajar 10 horas de ônibus todo mês para visitar o filho, na Penitenciária de Irapuru, no Oeste de São Paulo. Ela prometeu a si mesma tirar o filho de lá. Ela própria foi atrás de imagens de câmeras de segurança que mostrassem que o filho não estava no local do crime pelo qual ele foi acusado. “Catei ele na grade, ele gritou ‘mãe!’. Essa cena nunca vai sair da minha mente. Ele disse: ‘Mãe me tira daqui, eu não fiz nada!”, lembra ela.
Depois de um teste de DNA comparando o sangue encontrado no chão do carro roubado pelos assaltantes com o salgue da calça de Igor, ficou provado que ele era inocente, o que convenceu o relator de uma revisão criminal no Tribunal de Justiça de São Paulo a votar pela absolvição dele. Ainda assim, Igor passou quase três anos preso por um crime que não cometeu. (Fonte: reportagem especial do Fantástico)
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