Após a confirmação da transmissão comunitária da variante Delta do coronavírus na cidade do Rio — já há sete casos identificados, sendo que, somente nesta sexta-feira (16), cinco foram confirmados —, a prefeitura já estuda adotar a combinação de vacinas para proteger a população contra esta cepa, que é mais transmissível. O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, afirmou que, em muitos países, é analisada a aplicação de imunizantes de diferentes fabricantes, a chamada vacinação heteróloga, para promover maior eficácia e combater as mutações do Sars-CoV-2, o causador da Covid-19.
— Muito provavelmente a vacina heteróloga pode, sim, combater melhor as variantes. É uma discussão que precisa acontecer. É importante que reforcemos a capacidade técnica do Plano Nacional de Imunizações (PNI) para que possamos, cada vez mais, estar à frente desse debate. É uma pandemia. Então, tomar decisões oportunas é fundamental para salvar vidas — disse Soranz. — A maior parte das evidências científicas coloca que a combinação de vacinas traz efeitos de proteção superiores. Logo, precisamos colocar isso na pauta.
Soranz chama a atenção para o exemplo de outros países, onde a Delta se espalhou rapidamente, tornando-se a predominante. Apesar de ser mais transmissível, ainda não se sabe se esta variante causa mais casos graves da doença.
De acordo com o secretário, o principal risco observado pelos técnicos é quanto à possibilidade de a variante conseguir romper a barreira estabelecida pelas vacinas. Segundo ele, até agora, as evidências mostram que os imunizantes aplicados no Brasil — CoronaVac, Pfizer, AstraZeneca e Janssen — são eficazes contra todas as novas cepas do coronavírus.
— Nossa preocupação é que surja alguma cepa que as vacinas não tenham uma cobertura adequada, principalmente para internações e para óbitos. Mas nós já sabemos que as vacinas que temos hoje aplicadas no Rio cobrem contra todas as variantes que estão circulando no Brasil — afirmou Soranz.
A combinação em avaliação seria das vacinas da AstraZeneca e da Pfizer, independentemente da ordem. A iniciativa valeria também para a terceira dose de idosos, que vem sendo estudada pela Prefeitura do Rio. Quem tem 60 anos ou mais poderá receber um reforço, entre outubro e dezembro.
A pneumologista Margareth Dalcolmo, da Fiocruz, destacou que a mistura de vacinas é algo previsto pelas próprias fabricantes após o início dos estudos da chamada fase 4, de observação dos já imunizados. (fonte:extra.globo.com)
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