segunda-feira , 25 novembro 2024
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Presidente da Fundação Palmares tem afastamento pedido pelo Ministério Público do Trabalho

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O Ministério Público do Trabalho pediu o afastamento de Sérgio Camargo da presidência da Fundação Palmares por denúncias de assédio moral, perseguição ideológica e discriminação contra funcionários da instituição.
O pedido foi divulgado pelo Fantástico, da Globo, na noite deste domingo (29). Nos depoimentos divulgados pelo programa, funcionários do órgão dizem que Camargo associa pessoas de “cabelos altos” a malandros. Além disso, servidores concursados teriam pedido demissão por causa de um clima de terror psicológico criado na instituição sob o comando do atual presidente do órgão, que miraria o que ele define por “esquerdistas”.
Funcionários ainda dizem que Camargo chamava um ex-diretor da Palmares de “direita bundão” por não exonerar “esquerdistas”. Além do afastamento, o Ministério Público do Trabalho também pede que Camargo pague indenização de R$ 200 mil por danos morais, segundo a TV.
O presidente da Fundação Palmares começou a ser investigado por suspeita de assédio moral contra funcionários em março deste ano. O inquérito foi aberto pelo Ministério Público do Trabalho no Distrito Federal. O órgão passou a ouvir mais de uma dezena de pessoas. A apuração, feita em sigilo, foi aberta após o MPT receber diferentes denúncias de perseguição ideológica.
Nas redes sociais, Camargo se manifestou sobre temas relacionados à denúncia. Na tarde deste domingo, ele escreveu no Twitter que “ter orgulho do cabelo é ridículo para o negro”.
No sábado (28), ele já havia dito que orgulhar-se do seu cabelo é algo “ridículo”. “Não crítico o ‘orgulho do cabelo afro’ porque sou careca. Crítico porque isso é ridículo! Estudem e conquistem. É o que importa.”
Após a reportagem da TV Globo, ele escreveu nas redes sociais que recebeu a divulgação da denúncia e do pedido de afastamento da direção da Palmares ouvindo sonatas de Franz Schubert.
Nomeado por Roberto Alvim, ex-secretário especial da Cultura, em novembro de 2019, Camargo acumula polêmicas e toma decisões que esbarram na Justiça desde que foi escolhido para o cargo. Ele chegou a deixar a presidência da fundação no mês seguinte à nomeação, após a Justiça acatar uma ação civil que pedia sua suspensão porque ele contraria o cargo, em razão de suas várias críticas feitas a Zumbi dos Palmares e ao movimento negro. Em 2020, no entanto, o STJ, derrubou a decisão.
“Eu acho que o garoto que foi liberado ontem é uma excelente pessoa”, disse Jair Bolsonaro na época, quando Camargo voltou à Palmares. O presidente da fundação é jornalista e se definiu como “negro de direita, contrário ao vitimismo e ao politicamente correto”. Ele também já afirmou nas redes sociais que o Brasil tem “racismo nutella” e que “o racismo e que “o racismo real existe nos EUA”.

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