O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) defendeu neste sábado (4) a participação de policiais militares nas manifestações de 7 de Setembro. “Hoje vocês veem alguns governadores ameaçando expulsar policiais militares, que por ventura estejam de folga dia 7, e compareçam para festejar o 7 de setembro. Se falarmos ‘não sou policial militar, não tenho nada a ver com isso’, aguarde que sua hora vai chegar”, disse o presidente, sob aplausos, durante a edição brasileira da conferência conservadora dos Estados Unidos, CPAC.
Durante sua fala, o presidente disse que o “retrato” de 7 de Setembro não será dele, mas dos manifestantes. “Essa imagem é nosso passaporte, para mostrar para aqueles pouquíssimos que ousam brincar com a nossa Constituição, com os nossos direitos, falar: ‘dá um tempo aí, cara. Não vai continuar fazendo gracinha. Não vai continuar prendendo gente que, segundo eles, abusou da liberdade de expressão”, disse.
Bolsonaro manteve as críticas aos ministros do Supremo, em especial a Alexandre de Moraes. Quando fala de prisões por “abuso de liberdade expressão”, ele se refere aos casos de aliados, como o deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) e o presidente do PTB, Roberto Jefferson, presos a pedido da Procuradoria-Geral da República, com autorização de Moraes.
A fala do mandatário funcionou como espécie de retrospectiva, desde que entrou para a política. Insistiu na tese, já esclarecida pelo Supremo, de que decisão da Corte teria impedido o governo federal de atuar na pandemia. Voltou a defender o chamado “tratamento precoce”, que não tem eficácia comprovada — contou ter tomado hidroxicloroquina antes mesmo de ter a confirmação da covid-19.
Além dos governadores, que estão sempre no alvo de Bolsonaro — em especial, João Doria (SP), chamado pelo presidente de “calcinha apertada” –, o ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia também entrou na mira. “O Rodrigo Maia desconfia que eu sou gay. Depois que ele foi trabalhar com Doria, começou a se interessar pela pauta LGBT. Esse gordinho nunca me enganou”, disse o presidente. Ele se referia a um trecho de entrevista do deputado federal em que ele diz suspeitar de que o presidente seja gay.
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