O presidente da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, uma das principais lideranças do movimento de caminhoneiros do país, criticou duramente as declarações feitas nesta quinta-feira (21) pelo presidente Jair Bolsonaro, de criar um “benefício” de R$ 400 por mês aos caminhoneiros, para compensar o aumento do diesel.
“Eu acho que foi uma piada que ele (Bolsonaro) fez… ou será de verdade? Isso é uma piada de mau gosto. O caminhoneiro não quer esmola, quer dignidade, quer os compromissos que foram assumidos e que até hoje não saíram do papel”, disse Landim, conhecido entre os caminhoneiros como “Chorão”.
Wallace Landim tem trânsito dentro do governo e esteve presente em diversas reuniões com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, para tratar de medidas voltadas à categoria. O relacionamento institucional ocorreu durante um bom período e o governo, em outros momentos, conseguiu debelar movimentos de greve no setor. Agora, o tom é outro.
“Queremos algo concreto, não cortina de fumaça. A classe já deu 15 dias para o governo trazer algo concreto, mas isso não veio. Agradecemos pela piada do presidente, mas estamos num trabalho de unificação das pautas da categoria e a paralisação para o dia 1 de novembro está mantida, seguimos com a mobilização”, comentou.
Os caminhoneiros se movimentam para fazer uma greve geral em 1 de novembro. A ameaça de falta de combustível e os sucessivos de preço promovidos pela Petrobras são as principais queixas do setor. “A gente vem num trabalho de tentar acreditar, fizemos várias reuniões, mas percebemos que nada saiu do papel e a categoria não suporta mais esperar. Não aguentamos mais, estamos na beira do abismo. Chega disso”, disse o líder caminhoneiro da Abrava, que reúne cerca de 35 mil associados.
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