Projeto reúne oficinas, concertos e palestras musicadas num só encontro com artistas da cena de Brasília. A proposta é colocar os estudantes em contato com diferentes estilos musicais e com instrumentos representativos da cultura brasileira
O Coletivo Educação pela Arte inicia na próxima sexta-feira (8/4) a Temporada 2022 do Projeto Alma Brasileira. A experiência começa pelo IFB, Plano Piloto, das 16h às 18h. O circuito cultural e educativo fará apresentações em cinco escolas públicas de Brasília (DF) e termina em 29/4. Ao todo, cinco escolas da cidade serão visitadas pelos músicos e educadores do projeto, atendendo a cerca de 400 estudantes, na faixa de 12 a 16 anos.
O Projeto Alma Brasileira vai revisitar os caminhos da MPB (Música Popular Brasileira) e propiciar aos estudantes uma vivência interativa e sensorial através da música – com concertos, palestras musicadas e oficinas de percussão.
Nesta edição de 2022, o Alma Brasileira conta com os músicos Nelson Latif, Marcelo Lima, Ismael Rattis e Sandro Alves. O grupo apresenta obras do cancioneiro popular aos estudantes – mesclando compositores que são ícones da MPB, bem como estilos variados e principais instrumentos utilizados. Juntos, eles propõem uma viagem à história da cultura brasileira – do Choro, Samba, Frevo, Maculelê ao Funk e outros estilos que serão apresentados nas oficinas de percussão.
O objetivo central dos artistas é gerar um entendimento mais amplo sobre a cultura brasileira e a miscigenação étnica que estão nas raízes da MPB. Além dos novos conhecimentos, a experiência tem um caráter lúdico. Com o projeto, muitos dos estudantes têm a oportunidade de assistir a uma apresentação musical pela primeira vez, o que, na opinião dos músicos envolvidos, estimula a sensibilização do grupo. “A música é essencial no processo educativo cultural e a experiência é bem impactante para os alunos”, avalia Nelson Latif, músico idealizador do Alma Brasileira.
O músico Marcelo Lima explica que o projeto faz uma retrospectiva histórica e cronológica da MPB, chegando até ao contexto atual. Para ele, quando os alunos atravessam essa trajetória musical passam a conhecer o universo da música e a sua própria identidade cultural. “É um trabalho de manutenção e resgate das nossas raízes culturais, de forma a integrar as novas gerações às diferentes épocas e estilos da nossa música”, contextualiza.
Ismael Rattis, outro integrante do projeto, diz que a experiência vai além da formação musical. “Levamos uma proposta multidisciplinar e é possível envolver professores de todas as disciplinas”, revela. Ele destaca uma importante função do projeto: a responsabilidade social – já que lida com estudantes que não têm acesso fácil à cultura e a maioria vive em regiões consideradas periféricas.
O percussionista Sandro Alves reforça que nestes encontros, em função do contato direto com instrumentos, as crianças e adolescentes afinam sua percepção diante da arte. “Alguns demonstram mais interesse pelo fazer musical já nas oficinas realizadas”, diz. Com isso, o Alma Brasileira é também um detector de novos talentos.
Três décadas em atividade
O projeto Alma Brasileira existe desde 2005 e já foi realizado em mais de 30 países, entre eles, Egito, Síria, Líbano, Bélgica, Holanda, Irlanda, Suécia, Hungria, Azerbaijão, Jordânia, França, Moçambique, Nova Zelândia, Guatemala, entre outros, além de diversas cidades brasileiras – passando por universidades, escolas, conservatórios musicais e CEBs (Centros de Estudos Brasileiros no Exterior). Em Brasília, a primeira experiência aconteceu em 2018.
Segundo o coordenador, Nelson Latif, o projeto vem ao encontro do pensamento de artistas e gestores da área da educação sobre a necessidade dos estímulos artísticos a crianças e jovens, já que são fundamentais para seu desenvolvimento cognitivo, motor e humanístico.
O músico sinaliza que o repertório das apresentações reúne um universo bem variado de estilos, ritmos e sonoridades. “Nossa ida às escolas visa transformar a realidade destes jovens através da vivência musical, já que atualmente, tanto nas escolas quanto nos espaços públicos, a exposição da arte de qualidade é escassa em todo território nacional”, explica.
O projeto conta com fomento do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), GDF e da Secretaria de Cultura do Distrito Federal. A produção é do Coletivo Educação pela Arte, como apoio da Fakhouri Produções Artísticas, SubFX Arte e Tecnologia, Batucada Organizada e Gota Produções.
ARTISTAS DO ALMA BRASILEIRA
Nelson Latif
Músico, sociólogo (USP) e gestor cultural (UNC), trabalhou por 27 anos na instituição Holandesa Uit de Kust, coordenando oficinas de percussão e de música brasileira para estudantes europeus. É violonista, cavaquinista e dedica sua carreira especialmente à música instrumental brasileira. Nelson Latif é fruto da boa safra de músicos paulistanos da década de 80. Com formação musical em Jazz e Choro, atua nos principais palcos brasileiros e europeus. É coordenador do Projeto Alma Brasileira e um dos integrantes do Trio Baru.
Marcelo Lima
Multi-instrumentista, compositor e professor, Marcelo Lima já participou de vários grupos musicais da capital federal e do Brasil e em vários países da Europa. Ele considera o bandolim como seu grande parceiro. Foi professor de bandolim da Escola de Choro Rafael Rabelo por 10 anos. O artista possui sete álbuns musicais no portfolio.
Ismael Rattis
O músico e educador já fez parte do Trio Baru e reúne experiências com a Funqquestra, Trem Caipira e Carlinhos Veiga & Banda. Além das aulas no Instituto Batucada Organizada, ministrou e ministra oficinas de percussão em projetos como: Eu Faço Cultura, Caravana da Criança, entre outros.
Sandro Alves
Percussionista carioca radicado em Brasília há mais de 10 anos, Sandro Alves é conhecido por unir ritmos tradicionais brasileiros com influências modernas e é pesquisador da cultura folclórica brasileira, que fundamentou sua musicalidade nos instrumentos de percussão. O músico integra a formação do Trio Baru, atua em diversos projetos culturais e na direção da Gota Produções.
SERVIÇO
O que: Temporada 2022 do Projeto Alma Brasileira
Quando: De 8 a 29 de abril/2022
Agenda:
8/4 (sexta-feira) | período vespertino: IFB, Plano Piloto – 16h às 18h
Endereço: SGAN Quadra 610 Módulos D, E, F, G – Asa Norte, Brasília – DF, 70830-450
12/4 (terça-feira) | período matutino: Centro de Ensino Especial 01, Samambaia – 10h às 12h
Endereço: Qs 303 Ae Setor Sul, St. Sul – Samambaia Sul, Brasília – DF, 72305-50
13/4 (quarta-feira) | período matutino: Escola Parque Anísio Teixeira, Ceilândia – 10h às 12h
Endereço: St. M QNM 27 – Ceilândia, Brasília – DF, 72215-270
20/4 (quarta-feira) | | período matutino: Escola Classe 01, Paranoá – 10h às 12h e das 13h às 14h
Endereço: Q 26 Cj G Ae 01 – Paranoá, Brasília – DF, 71572-600
29/4 (sexta-feira): Centro de Ensino Médio 03, Taguatinga Sul – 10h às 12h
Endereço: 03, St. E Sul – Taguatinga, Brasília – DF, 72025-515 Ribeirã (Fonte: Verbo Nostro Comunicação Planejada)
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