A Petrobras reduziu em mais de 4% o preço do diesel vendido em suas refinarias, de R$ 5,41 para R$ 5,19. A medida em vigor desde a última sexta-feira, 12, e é o segundo corte consecutivo em uma semana.
Fontes do alto escalão da estatal afirmam que o comando da empresa prevê várias reduções nos combustíveis nas próximas semanas. A estratégia, entretanto, divide o colegiado da petroleira ao passo que beneficia o governo.
A queda no preço foi anunciada ontem na última quinta-feira, 11, justamente no dia em que milhares de manifestantes se reuniram em defesa da democracia e da redemocratização. O presidente Jair Bolsonaro vem explorando medidas como essa para desviar as atenções dos eleitores.
“Hoje aconteceu um ato muito importante em prol do Brasil e de grande relevância para o povo brasileiro: a Petrobras reduziu, mais uma vez, o preço do diesel”, escreveu Bolsonaro em sua rede social, sem citar o movimento.
“A redução representa queda de R$ 0,22 por litro. O presente mês acumula redução de R$ 0,42 por litro do diesel. Já estamos entre os países com o menor preço médio de combustíveis do mundo, no cenário atual”, completou.
Integrantes do governo fizeram algo semelhante nas redes. O ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira; o ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida; e o chefe da pasta de Comunicações, Fábio Faria, mencionaram a redução nos combustíveis.
Novos reajustes nos preços devem continuar ocorrendo para que Bolsonaro consiga conter a inflação há menos de dois meses das reeleições, acreditam estrategistas de campanha. O objetivo do atual presidente é aumentar sua popularidade para que possa derrotar o ex-presidente Lula em outubro.
Cenário externo – Além da pressão do governo, a queda recente dos preços do barril de petróleo no mercado internacional impulsionou a decisão da Petrobras. Contudo, as cotações estão voláteis e o Brent atualmente está perto dos US$ 100.
Ainda assim, o diesel vendido no Brasil está 6% mais caro que fora do país. “O mercado está muito volátil e a tendência é de aumento no preço do diesel. Basta você olhar a curva de preços”, contrapôs Sergio Araujo, presidente da Abicom.
A Petrobras afirmou em nota que o corte “acompanha a evolução dos preços de referência, que se estabilizaram em patamar inferior para o diesel, e é coerente com a prática de preços da Petrobras, que busca o equilíbrio dos seus preços com o mercado global, mas sem o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio”.
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