O ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, defendeu nesta quinta-feira (25/08), em Brasília (DF), que o governo federal estabeleça uma nova relação com as Santas Casas. Para Alckmin, o Ministério da Saúde tem que ter uma secretaria nacional só para os hospitais filantrópicos.
Alckmin reconheceu o momento fiscal difícil enfrentado pelo país, mas defendeu a necessidade de elevar os recursos para o SUS. Hoje, segundo ele, 3,9% do Produto Interno Bruto (PIB) são destinados à saúde pública.
“Temos que buscar a solução para a questão do financiamento. Há uma crise fiscal grave e que vai se agravar ano que vem. Mas governar é escolher. Temos que escolher a vida das pessoas, escolher o SUS, os que mais precisam”, disse ele, durante o 30º Congresso Nacional das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos.
Um dos temas abordados no Congresso foi o financiamento da saúde pública adotado no Brasil, apontado por especialistas como um dos grandes problemas enfrentados pelas santas casas e hospitais filantrópicos.
Em seu discurso, Alckmin, que também é médico, citou o programa ‘Santas Casas Sustentáveis’, implementado por ele em 2015 no estado de São Paulo e que é considerado até hoje modelo de gestão na saúde pública.
Na época, o programa classificou os hospitais paulistas em três categorias para repassar subsídios. São eles: estruturantes e complexos, que recebem um valor complementar de 70% ao pago pelo SUS; hospitais estratégicos, de médio porte, que recebem 40%; e hospitais de apoio, de pequeno porte, com repasse de mais 10%.
“Esse modelo é do estado, não do governo federal. Claro que nem todos os estados têm condição de complementar a tabela. Mas é um modelo interessante”, comentou.
Urnas
Após o evento, o ex-governador criticou os ataques que Jair Bolsonaro (PL) faz ao sistema eleitoral brasileiro. “O fato é que nós retrocedemos na questão democrática. É inaceitável você em pleno século XXI estar discutindo urna eletrônica, democracia. Inacreditável. Uma gente errada, ultrapassada”, disse.
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