sábado , 23 novembro 2024
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Chile aprova ampliação do uso da CoronaVac para crianças a partir dos seis meses

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Decisão foi baseada em estudos que atestam a segurança e imunogenicidade da vacina; Hong Kong aplica o imunizante nessa faixa etária desde o início do mês

Na última terça-feira (23), o Instituto de Saúde Pública do Chile (ISP) aprovou a ampliação do uso da CoronaVac para crianças a partir dos seis meses de idade, com o apoio e recomendação do Comitê de Especialistas em Avaliação de Vacinas. Com a decisão, o Chile se torna a segunda região do mundo a aplicar a vacina nesse público, após Hong Kong, que autorizou o uso da CoronaVac para essa faixa etária no início de agosto. O imunizante já era utilizado a partir dos 3 anos no Chile desde dezembro e, em Hong Kong, desde fevereiro.

A aprovação da vacina é baseada em “dados da literatura científica sobre segurança e eficácia, que demonstram que os benefícios da imunização superam os possíveis riscos”, segundo nota divulgada no site do ISP. Resultados de um estudo clínico de fase 3, conduzido pela farmacêutica chinesa Sinovac na África do Sul, Chile, Malásia, Filipinas e Quênia, têm mostrado um ótimo perfil de segurança e imunogenicidade para crianças de seis a 35 meses, sem relato de efeitos adversos graves.

“Até agora, a CoronaVac já foi aprovada para o público infantil em 14 países, como Indonésia, Tailândia, Brasil, Chile e Colômbia. Mais de 260 milhões de doses foram administradas, garantindo a proteção de mais de 130 milhões de crianças ao redor do mundo”, afirma a Sinovac em comunicado oficial.

Um estudo feito no Brasil com 27 bebês e crianças, entre sete meses e 5 anos, reforçou a segurança e imunogenicidade da CoronaVac em crianças pequenas. Realizada pelo Instituto Adolfo Lutz, pelo Instituto de Infectologia Emílio Ribas e pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, a pesquisa foi feita com brasileiros que receberam por engano o imunizante no lugar da vacina da influenza nas cidades de Diadema e Itirapina, no estado de São Paulo. A vacina induziu produção de anticorpos e apenas uma criança apresentou efeito adverso, considerado leve (coriza).

Outro importante indicativo da segurança da CoronaVac para a população pediátrica é que a dosagem é a mesma que é usada em adultos – ou seja, não foi preciso reduzir a dose como em outras vacinas. “Podemos usar a mesma dosagem para crianças sem nenhum risco à segurança. E, para garantir que as crianças tenham uma melhor proteção, nos baseamos nos estudos clínicos nos quais testamos doses até mais altas do que a atual e vimos que a vacina é ainda muito segura para as crianças. Então, não alteramos a dosagem”, disse o vice-presidente da Sinovac, Weining Meng, à reportagem do portal do Butantan.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou em julho, por unanimidade, a administração da CoronaVac para crianças brasileiras de 3 a 5 anos. A faixa etária de 6 a 17 anos recebe a vacina desde janeiro e tem mostrado um alto nível de proteção, mesmo em meio ao surto da variante ômicron. A efetividade estimada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em estudo publicado na Nature Communications, foi de 59,2% contra hospitalizações.

De acordo com um levantamento da Farmacovigilância do Butantan, a taxa de eventos adversos da CoronaVac em crianças e adolescentes de 6 a 17 anos no Brasil é menos de um caso a cada 100 mil doses administradas. Os dados, reunidos até o final de julho, consideram as mais de 13 milhões de doses aplicadas neste público. Especificamente nas crianças entre 6 e 11 anos, a ocorrência de efeitos adversos é ainda menor: 0,58 a cada 100 mil doses.

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