Em pesquisa realizada pela Ipsos, 75% dos brasileiros indicam que o aborto deve ser permitido em casos de estupro. A média global de apoio ao aborto nestes casos é próxima à declarada pelos brasileiros: 76%.
Já se considerado o apoio geral à legalização do aborto em todos ou na maioria dos casos, o Brasil aparece com quase 48% de favorabilidade – a média dos 27 países pesquisados é de 59%, 11 p.p. a mais que a média brasileira. Entre as pessoas entrevistadas no país, 20,4% são favoráveis à legalização da interrupção de uma gestação em todos os casos; 27,4% são favoráveis na maioria dos casos; 28,8% acham que deve ser ilegal na maioria dos casos; 12,8% acreditam que o aborto deve ser ilegal em todos os casos; 16,6% não opinaram ou não souberam responder.
A pesquisa ‘Global Views on Abortion’ foi realizada no Brasil e em outras 26 nações. Empatado com a China (48%), o Brasil registrou o sexto menor índice de apoio à legalização do aborto. Os cinco menores foram identificados pelas populações de África do Sul (42%), Colômbia (40%), Índia (40%), Malásia (32%) e Peru (31%). Já entre os seis mais favoráveis, todos os países são europeus. O primeiro colocado do ranking é a Suécia, onde 86% dos entrevistados são favoráveis à legalização do aborto, seguida pela França (83%), Bélgica (78%), Holanda (78%), Grã-Bretanha (74%) e Itália (73%).
Outras circunstâncias do aborto
O apoio à legalização do aborto no Brasil cresce quando são mencionadas situações específicas. Além dos 75% do apoio nos casos de estupro, 71% dos brasileiros que participaram da pesquisa apoiam a medida caso a gestação cause algum risco à saúde da mulher. Contudo, nos casos em que há probabilidade de a criança nascer com graves deficiências de desenvolvimento, o apoio cai para 52%.
Semanas de gestação
Quando perguntados se seriam a favor da interrupção da gravidez nas seis primeiras semanas de gestação, 52% dos entrevistados brasileiros se mostraram favoráveis ao aborto. No caso de a mulher estar com 14 semanas, 42% disseram que seria favoráveis a medida. Já quando o tempo de gestão perguntado foi de 20 semanas, o número que se disse a favor foi de 30%.
Penalidade
Quando questionados sobre penalização para pessoas envolvidas em um procedimento de interrupção de gestação nos casos ilegais, 32% dos brasileiros disseram que a mulher que praticou aborto deve ser penalizada. 53% consideram que a punição deve ser direcionada à pessoa que realizou o aborto, enquanto 49% são favoráveis à punição contra outra pessoa que tenha organizado o aborto.
Sobre a pesquisa
Entre 24 de junho a 8 de julho de 2022, a Ipsos entrevistou 20.523 pessoas, sendo aproximadamente 1.000 no Brasil. A margem de erro é de 3,5 pontos percentuais. Além do Brasil, integram a pesquisa: África do Sul, Alemanha, Argentina, Austrália, Bélgica, Canadá, Coreia do Sul, Chile, China, Colômbia, Espanha, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Holanda, Hungria, Índia, Itália, Japão, Malásia, México, Peru, Polônia, Romênia, Rússia, Suécia e Turquia.
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