Dados do Censo Escolar de 2022 apontam que 6,9% das 178,3 mil escolas públicas no Brasil possuem entre 20% e 50% dos seus estudantes matriculados em tempo integral. Divulgada pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), a pesquisa indica ainda que 50,7% das escolas não possuem nenhum estudante com jornada integral.
Segundo o Plano Nacional de Educação (PNE) a meta é oferecer educação em tempo integral em, no mínimo, 50% das escolas públicas, de modo que atenda pelo menos 25% dos alunos da educação básica.
Para a especialista em educação professora Catarina de Almeida a educação integral é importante a partir do momento que garante o desenvolvimento das potencialidades dos estudantes.
“A jornada integral é importante para garantir o desenvolvimento amplo do estudante que vai além do processo formativo que você tem no horário da sala de aula. E essa jornada só será efetiva se a gente tiver infraestrutura nas escolas, de bibliotecas, laboratórios, quadras de esporte, equipamentos públicos na cidade e condições para que esses estudantes possam sair da escola e ir para outros espaços de formação e isso vinculado a um projeto de desenvolvimento integral desenhado na instituição escolar”, explica.
Na educação infantil, entre 2021 e 2022, houve um aumento de matrículas em tempo integral (10,3%) nas creches públicas e na manutenção da taxa nas creches particulares conveniadas (92,8%).
Pensando em socialização e facilidade para conseguir conciliar a maternidade com o trabalho, a designer Cintia Rosário optou pelo ensino integrado para o seu pequeno.
“A gente procurou essa creche pelo fato da facilidade para podermos trabalhar. A creche ajudou muito a gente, porque ele entra às 7h30 e sai às 17h30. Lá ele faz todas as refeições do dia. Ensinam a criança dormir à tarde e a se alimentar direito. O meu filho é filho único e é muito difícil uma criança aprender, socializar estando só com os pais o dia todo. Minha expectativa é também que ele aprenda mais a socializar com outras crianças”, explica.
Também houve expansão no número de alunos do ensino fundamental (EF) comparado aos anos anteriores. O pós-pandemia influenciou o crescimento. Em 2022, a alta nos anos iniciais/EF (1° ao 5° ano) foi de 11,4%; e nos anos finais (6º ao 9º ano), 13,7%.
Já no ensino médio manteve-se a tendência de alta e atingiu um crescimento de 9,9% na rede pública, nos últimos cinco anos (10,5% para 20,4%).
De acordo com a pesquisa, no País 14,4% e 20,4% dos alunos de ensino fundamental e médio, respectivamente, estudam em tempo integral.
Segundo o Ministério da Educação, o Censo Escolar é coordenado pelo Inep e realizado em regime de colaboração entre as secretarias estaduais e municipais de Educação, com a participação de todas as escolas públicas e privadas do País.
O levantamento abrange as diferentes etapas e modalidades da educação básica: ensino regular, educação especial, educação de jovens e adultos (EJA) e educação profissional. Os dados da primeira etapa do Censo Escolar 2022 estão disponíveis no portal do Inep.
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