O papa Francisco expressou neste domingo (9), durante a missa de Páscoa, sua “profunda preocupação” com a violência no Oriente Médio, a repressão política na Nicarágua e a pobreza no Haiti.
A violência em Jerusalém e nos arredores esta semana “ameaçam o desejado desejado clima de confiança e respeito recíproco, necessário para retomar o diálogo entre israelenses e palestinos”, declarou o papa durante a tradicional bênção “Urbi et Orbi” (à cidade e ao mundo) na praça São Pedro do Vaticano.
As declarações de Francisco se referiram à nova espiral de violência que começou após a intervenção da polícia israelense na mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém, na quarta-feira (5), que retirou fiéis palestinos em pleno período de festas religiosas – Ramadã muçulmano e Páscoa judaica.
O papa, que foi internado na semana passada por um surte do bronquite e cancelou participação em uma procissão na Sexta-Feira Santa, apresentava bom estado de saúde.
Haiti e Nicarágua – Durante a bênção, Francisco também falou sobre o Haiti, que “está sofrendo há vários anos uma grave crise sociopolítica e humanitária” e reconheceu os esforços da comunidade internacional para buscar uma solução aos “problemas que afligem esta população”.
Francisco também citou a Nicarágua — onde o governo de Daniel Ortega vem batendo de frente com a Igreja Católica e cancelou as celebrações de Páscoa. Ao falar do país latino-americano, o pontífice enviou uma mensagem às “comunidades cristãs” que celebram a Páscoa “em circunstâncias particulares” e recordou “aqueles que estão impedidos de professar livre e publicamente sua fé”.
Novos ataques em Israel – O Exército israelense anunciou neste domingo que atacou a Síria em resposta ao lançamento de foguetes contra as Colinas de Golã (território anexado), após vários dias de ataques similares a partir do Líbano e da Faixa de Gaza. O governo de Israel afirmou que os disparos a partir do sul do Líbano, que não foram reivindicados, eram “palestinos”, e provavelmente do Hamas, o movimento radical que governa a Faixa de Gaza.
Dois atentados anti-Israel mataram três pessoas na sexta-feira em Tel Aviv e na Cisjordânia, território ocupado pelo Estado hebreu desde 1967. A ONU e a União Europeia condenaram os ataques recentes e fizeram apelos por moderação.
‘Ajuda ao povo ucraniano’ – A guerra na Ucrânia também voltou a ser foco da mensagem do papa Francisco. Em sua bênção, o pontífice pediu “ajuda ao amado povo ucraniano” e “luz” sobre o povo russo.
“Ajude o amado povo ucraniano no caminho até a paz e infunda a luz da Páscoa sobre o povo russo. Conforte os feridos e aqueles que perderam seus entes queridos na guerra e faça com que os prisioneiros possam voltar sãos e salvos para suas famílias”, disse o papa.
Na cerimônia de Via Crucis (que se refere ao trajeto percorrido por Jesus carregando a cruz) de sexta-feira (7) — à qual o papa não foi para se proteger do clima frio —, o Vaticano incluiu uma mensagem escrita por um jovem ucraniano e outra de um russo em uma das 14 estações do percurso.
O ucraniano recordou o exílio da família e o recrutamento do pai, enquanto o russo mencionou um “sentimento de culpa” e lamentou a perda do irmão, morto em batalha, embora o gesto tenha sido contestado pela embaixada da Ucrânia perante a Santa Sé por “igualar” os dois países. (Fonte: g1)
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