O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro apresentou crescimento de 2,5% na atividade econômica, em fevereiro na comparação com janeiro, segundo o Monitor do PIB, divulgado pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Segundo o indicador, o PIB teve também um aumento de 2,7% na comparação com fevereiro de 2022. De acordo com o Monitor FGV, em termos monetários, estima-se que o acumulado do PIB, no primeiro bimestre de 2023 em valores correntes, tenha sido de R$ 1,829 trilhões.
O economista Newton Marques avalia que o crescimento se deve ao desempenho da taxa de investimento. “Sem a taxa de investimento não dá para aumentar a capacidade produtiva da economia.” O especialista acrescenta que o aproveitamento da capacidade ociosa do mercado também pode ser um outro fator. Marques estima que o crescimento do PIB para este ano está entre 1,5% e 1,8%.
“Ele mede monetariamente tudo o que é produzido em bens e serviços em um pais. Ele passa a ser um indicador importante da atividade econômica. Ele é formado pelo setor primário, que é a agropecuária, pelo setor secundário, que é o setor industrial, e pelo setor terciário, que é o setor de serviços, que envolve a parte de comércio, transporte, setor público. Então todas as vezes que esses setores reagem positivamente às várias condições chamadas macroeconômicas, ou seja, quando se tem uma taxa de juros muito elevada em relação ao que se espera da inflação, isso dificulta esse crescimento econômico”, destaca.
O presidente da Frente Parlamentar Mista pelo Brasil Competitivo, deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), afirma que, apesar do indicador apontar crescimento, as condições ainda são insuficientes para a retomada da economia.
“Eu considero que o arcabouço ainda tem problema de credibilidade, é necessário que seja aperfeiçoado no Congresso, por outro lado, é claro que a questão dos juros precisa ser menor, hoje estamos vendo uma escassez de crédito e sinais de aumento de inadimplência e a reforma tributária ainda precisa ser de forma mais consistente apresentada. Sem essas reformas que são mais estruturantes, qualquer crescimento fica muito pontual e não pode ser interpretado como uma tendência consolidada”, aponta.
Monitor PIB-FGV
Segundo Juliana Trece, coordenadora da pesquisa, o forte crescimento de 2,5% da economia em fevereiro foi devido, principalmente, à atividade agropecuária. “Embora a indústria e os serviços também tenham crescido na comparação com janeiro, o expressivo desempenho agrícola, justificado principalmente pela safra recorde de soja e sua elevada participação no valor adicionado da agricultura, é o grande destaque da economia no mês”.
O doutor em economia Marcel Stanlei Monteiro acredita que o agronegócio é o que vai garantir os indicadores positivos para os próximos meses. “O agro vem sendo ao longo dos últimos 10 anos o grande impulsionador do crescimento econômico, de grandes volumes de exportações, então, na minha opinião, o agro de fato é quem está garantindo essa sinalização positiva e é de fato a coisa mais constante, mais fidedigna, que se pode contar como um fator de proporção, de crescimento e desenvolvimento econômico.”
O Monitor do PIB-FGV aponta, ainda, que o consumo das famílias teve um crescimento de 4,4% no trimestre de dezembro a fevereiro, por conta de serviços e de produtos não duráveis.
O indicador estima mensalmente o PIB brasileiro em volume e em valor. Ele tem como objetivo fornecer para a sociedade um indicador mensal do PIB, tendo como base a mesma metodologia das Contas Nacionais do IBGE. O Monitor do PIB-FGV é ajustado às Contas Nacionais Trimestrais sempre que há mudanças metodológicas e a cada trimestre divulgado.
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