Por iniciativa do deputado petista Mauro Rubem, a Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego) realizou audiência pública com o tema Os Ataques à Educação, que reuniu professores, parlamentares e autoridades para debaterem medidas para assegurar a liberdade de cátedra em sala de aula”. O evento foi realizado na tarde desta terça-feira 30, no auditório 2 do Palácio Maguito Vilela da Casa de Leis.
Na abertura dos trabalhos, o deputado Mauro Rubem pontuou que os ataques que a Educação sofre vem de estratégia para limitar a capacidade de raciocínio e pensamento. Segundo o parlamentar, a audiência pública tem o objetivo de aprofundamento do tema, relembrar ataques sofridos por professores, e encaminhar medidas jurídicas.
Ele lembrou o caso da jovem que foi esfaqueada no município de Santa Tereza dentro desse ambiente escolar que ele considera ter sido criado para questionar o trabalho dos professores. “Esses ataques não podem ficar sem resposta, que será dada por nossos convidados hoje. Temos que procurar coibir esses abusos e temos o interesse de montar um bloco de resistência às ideias fascistas que são predominantes na nossa sociedade”, frisou.
Já o deputado federal Chico Alencar (PSol-RJ), em participação remota da Câmara dos Deputados, frisou que a Educação não combina com o obscurantismo e que educar estimula a consciência crítica. Em relação aos ataques e censura aos professores, o legislador observou que a liberdade de cátedra aos profissionais em sala de aula é garantida pela Carta Magna de 1988. Ainda, Chico Alencar enalteceu Paulo Freire, considerado o patrono da Educação Brasileira, que tem sido bastante questionado pela ala ideológica da direita.
Vereador por Aparecida de Goiânia, Willian Panda (PSB) participou da audiência pública com o tema Os Ataques à Educação e ressaltou a necessidade dos militantes de esquerda e a comunidade escolar estarem solidários com os professores contra “o linchamento e o terrorismo digital que vêm sofrendo de líderes da extrema direita como o deputado Gustavo Gayer”. Segundo o vereador, é preciso que haja uma mobilização favorável também àqueles que defendem os professores como é o caso de Fabrício Rosa, que criou um movimento contra a censura nas escolas.
Willian Panda fez o relato do ocorrido em uma instituição de ensino de Aparecida de Goiânia, cujo proprietário foi obrigado a demitir uma professora após protesto de pais que foram mobilizados por Gustavo Gayer em seu site Nossos Filhos. Ela havia divulgado uma foto vestindo uma camiseta com a frase Seja Marginal, Seja Herói, uma reprodução da obra de 1968 do artista Hélio Oiticica.
O vereador, ainda, conclama a rede de apoio aos professores, pais e até alunos a acionarem o Ministério Público ou a Justiça comum quando presenciarem essas tentativas de intimidação e censura.
Representante dos professores
Em participação virtual no debate, o professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, João Cesar de Castro Rocha, teceu duras críticas à atuação do deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO), acusando o parlamentar de perseguir e intimidar professores.
João Cesar relatou que muitos professores têm feito uma autocensura em sala de aula, temendo, por risco de linchamento virtual e demissão. O professor carioca acredita que audiência pública serve de laboratório para o enfrentamento de táticas da extrema direita no Brasil. De acordo com ele, a iniciativa é importante para impedir o avanço dessa política que é orquestrada pela direita transnacional, representada por ativistas como Steve Bannon, o governador da Flórida, Ron DeSantis, e o líder turco Recep Tayyip Erdogan.
Ações penais
O procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho em Goiás (MPT-GO), Alpiniano do Prado Lopes, abordou as ações penais públicas relacionadas à perseguição e censura a professores, e sobre a situação do deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO). Ele participou, com o procurador, de audiência relativa à ação em que responde por assédio eleitoral.
De acordo com o procurador, o processo contra o parlamentar está em andamento e que ele, na audiência, alegou que está sendo perseguido e que, diante das inúmeras ações que sofreu por parte de partidários de esquerda, está em dificuldades financeiras.
O procurador colocou o MPT-GO à disposição do movimento em defesa dos professores e que a liberdade de atuação da categoria precisa ser resguardada. (Fonte: Agência Assembleia de Notícias)
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