De acordo com relatório de investigação da Polícia Federal, as mensagem evidenciam que Cid reuniu documentos para dar suporte jurídico à execução de um golpe de Estado. O Ministro Alexandre de Moraes retira sigilo de mensagens encontradas em celular de Mauro Cid. Nas mensagens compartilhadas Cid passa instruções para declaração de Estado de Sítio.
Pelas mensagens obtidas pela Polícia Federal (PF) no celular do ex-ajudante de ordens Mauro Cid mostram um coronel com assento no Estado-Maior do Exército clamando, em dezembro do ano passado, por um golpe de Estado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Os diálogos que constam no relatório da PF.
Nas conversas, o coronel do Exército Jean Lawand Junior pede a Cid que convença Bolsonaro a dar um golpe de Estado.
Por exemplo, no dia 7 de dezembro do ano passado, Lawand Junior escreve: “Boa tarde irmão! Cadê a ordem Cid? Pelo amor de Deus. Convença o 01 a salvar esse país. Abraço”.
Cid não repreendeu o pedido golpista e respondeu: “Estamos na luta”.
Outros diálogos semelhantes entre Lawand Junior e Cid aconteceram em dezembro.
No dia 10 daquele mês, o coronel do Estado-Maior escreveu: “Cid, pelo amor de Deus, o homem tem que dar a ordem! Se a cúpula do EB (exército brasileiro) não está com ele, de divisão pra baixo está. Assessore e dê-lhe coragem. Pelo amor de Deus”
O então ajudante de ordens da Presidência da República respondeu: “Muita coisa acontecendo… passo a passo…”. Lawand respondeu novamente: “Excelente”.
A Polícia Federal encontrou ainda um diálogo mantido entre a esposa de Cid, Gabriela Cid, com Ticiana Villas Bôas, filha do ex-comandante do Exército Eduardo Villas Bôas, no dia 2 de novembro do ano passado – dois dias após o segundo turno das eleições.
Gabriela afirmou: “Temos que pedir eleições e voto impresso. Nada de intervenção federal. Temos que exigir novas eleições e voto impresso. Estamos diante de um momento tenso onde temos que pressionar o Congresso. Agora!”.
Ticiana respondeu: “Ou isso, ou a queda de Moraes”, em referência ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Sobre o caso, o Exército disse, em nota, que “eventuais condutas individuais julgadas irregulares serão tratadas no âmbito judicial, observando o devido processo legal”.
A corporação também afirmou que “prima sempre pela legalidade e pelo respeito aos preceitos constitucionais” e que opiniões e comentários pessoais “não representam o pensamento da cadeia de comando do Exército Brasileiro e tampouco o posicionamento oficial da Força”.
Cid está preso desde o dia 3 de maio no Batalhão de Polícia do Exército de Brasília e a situação dele agravou-se após a perícia em seu celular encontrar essas novas mensagens golpistas
As informações constantes no relatório parcial são provenientes dos dados fornecidos por meio de Laudo Pericial após determinação da autoridade policial. O material apreendido foi obtido após cumprimento de ordem do Excelentíssimo Ministro Alexandre de Moraes.
Além disso esta análise não é exaustiva, tendo em vista que a investigação ainda se encontra em curso e novos dados podem ser encontrados no material analisado ou em novas diligências.
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