Dermatologista e cirurgiã plástica explicam os pontos do processo
O ator Stênio Garcia, internado desde o sábado (1), está com um quadro de septicemia aguda. Aos 91 anos, ele fez uma harmonização facial com diversos procedimentos, porém sua esposa, a atriz Marilene Saade negou que a infecção esteja relacionada com o processo estético. Porém, essa prática é segura para idosos?
A cirurgiã plástica Luiza Coutinho (@draluizacoutinho), especialista em reconstrução de mama e mamoplastia com prótese de recuperação rápida/R24R, diz que a utilização de ácido hialurônico com o objetivo de melhorar o aspecto da face em idosos é uma excelente opção, porém possui suas limitações.
“É importante entender que a harmonização não é capaz de reverter o envelhecimento. Trata-se de um processo longo, multifatorial e gradual, tentar ancorar os tecidos faciais flácidos baseando-se em utilizar mais quantidade de produto leva a deformidades e não ao embelezamento e rejuvenescimento. Não é possível para uma pessoa de 70 anos, parecer ter 20 anos”, argumenta.
De acordo com ela, os procedimentos de harmonização facial mais comuns recomendados para idosos são os mesmos utilizados em adultos jovens e de meia idade, porém é preciso atentar-se aos riscos e efeitos colaterais, pois a pele do idoso é mais fina, os preenchedores podem marcar um pouco mais, e a injeção pode levar a equimoses e hematomas pouco mais aparentes.
Misael Do Nascimento – médico tricologista do Instituto Nutrindo Ideais (@nutrindoideais), atuante em dermatologia com ênfase ao público masculino, aponta que uma harmonização fácil e exitosa dependerá de vários fatores, profissional, material usado (de qualidade, estéril, e na data de validade) lugar do procedimento e obviamente as condições desse paciente, se é hipertenso, diabético, se toma alguma medicação ou não.
“Atualmente por ser idoso não significa que o paciente não é saudável e vice-versa. Um grande estudo realizado pela Aesthet Surg J realizado em setembro de 2015 com 6786 pacientes demonstrou que, as complicações de procedimentos estéticos entre pacientes jovens e octogenários (mais de oitenta anos) dependia mais das comorbidades e estado de saúde que da idade em si”, diz Misael.
Segundo o dermatologista, o mais recomendado é o estímulo de colágeno e elastina com bioestimuladores injetáveis ou com radiofrequências para assim motivar o colágeno e elastina para assim preparar a pele e que esta tenha a capacidade de sustentar matérias de preenchimento com o ácido hialurônico. “Toxina botulínica também sempre é bem vinda e nutracêuticos por via oral ou em terapia endovenosa”, completa.
Luiza comenta que o envelhecimento da pele afeta a decisão de realizar procedimentos de harmonização facial em idosos, pois temos a queda bochecha, aprofundamento dos sulcos, perda do contorno da mandíbula e papada na região do pescoço. Os pacientes idosos que procuram a harmonização para resolução dessas questões devem ter suas expectativas alinhadas e serem conscientizados sobre as limitações do procedimento, que o mesmo não substitui o tratamento cirúrgico.
Ao ser perguntada se a harmonização facial pode ser combinada com outras cirurgias plásticas em idosos, ela explica que o planejamento deve ser individualizado. O desejo do paciente e elegibilidade são limitadores. “Podendo a cirurgia de lifting facial ser realidade com segurança, na minha prática eu prefiro indicar a realização dela primeiro e a complementação com o ácido hialurônico nas áreas necessárias no pós-operatório. Essa casadinha é maravilhosa, faz com que os resultados da cirurgia sejam mais naturais”.
Os cuidados pós-procedimento recomendados são evitar atividades físicas logo após, fazer compressas geladas e em alguns casos analgésicos em caso de algum desconforto. Nada diferente dos pacientes de outra idade.
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