O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que gostaria de ter a presença do homólogo russo Vladimir Putin na 15ª cúpula do Brics, na África do Sul. O chefe de Estado da Rússia não participará do evento porque pode ser preso pelo Tribunal Penal Internacional por ser acusado de cometer crimes na guerra da Ucrânia.
“Vamos discutir importantes temas globais, como a paz e a luta contra a desigualdade. E eu gostaria muito de discuti-los pessoalmente com o presidente Putin”, declarou o petista em entrevista ao jornal sul-africano Sunday Times publicada neste domingo (20.ago.2023).
O ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, representará Putin. “Lavrov é um diplomata muito importante e experiente, mas seria muito importante que a Rússia participasse desse encontro com o seu presidente”, afirmou Lula. O chefe do Executivo brasileiro recebeu o chanceler russo no Brasil em abril deste ano.
O petista disse que um dos maiores pontos que defenderá na cúpula é o uso de uma moeda comum para o bloco. O objetivo não seria acabar com as moedas locais do países, mas facilitar o comércio entre as nações.
“Que permita maiores trocas entre países como Brasil e África do Sul sem depender da moeda de um 3º país”, afirmou Lula em referência ao dólar (US$), câmbio dos Estados Unidos.
LULA NO BRICS
Lula que embarcou neste domingo (20.ago) para a África do Sul disse em seu perfil no X (ex-Twitter), o petista disse encarar a viagem com “entusiasmo” e esperar fomentar a união dos países integrantes do bloco. “É fundamental a cooperação entre os países do sul global no enfrentamento das desigualdades, da crise climática e por um mundo mais equilibrado e justo”, escreveu.
Também estarão no encontro o presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, o presidente chinês, Xi Jinping, e o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi.
Entre os principais assuntos discutidos pelo grupo está a adesão de novos integrantes. Lula defende o ingresso de novos países. Hoje não há um procedimento regular e normatizado para solicitar admissão ao grupo. Estes critérios devem ser estabelecidos na cúpula em Joanesburgo.
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