Febre, tosse, coriza, dificuldade para respirar: os sintomas são similares aos de outros vírus sazonais. No entanto, o metapneumovírus humano está levando os especialistas em saúde da Austrália a apelar à vigilância.
As autoridades do país registram uma quantidade de casos menor do que a Covid-19 ou a gripe. Mas o flagelo pode ter como consequência riscos graves para as pessoas mais vulneráveis.
“É um vírus que foi negligenciado durante um bom tempo”, lembra o virologista John-Sebastian Eden, pesquisador da universidade de Sydney, em entrevista à RFI. “Não é o mais letal, nem aquele que causa o maior número de hospitalizações, mas causa um impacto com o aumento de casos”, diz.
Eden lembra que, principalmente no estado de Nova Gales do Sul, na região de Sydney, sudeste do país, o metapneumovírus vem se disseminando rapidamente nas últimas semanas. “Há pessoas com infecções das vias respiratórias inferiores que têm que ser internadas e outras que correm risco de vida”, salienta.
Risco de pandemia?
Pessoas idosas e crianças de menos de cinco anos são consideradas como grupos de risco diante do vírus. Em apenas uma semana, 1.168 casos foram detectados em Nova Gales do Sul, mas especialistas acreditam que o verdadeiro número de contaminações seja muito superior. Há grande preocupação também com a propagação da doença a outros estados.
Os profissionais da saúde australianos são unânimes em afirmar que não há temor que o metapneumovírus se transforme em uma pandemia, como a de Covid-19. Por outro lado, as autoridades pedem que os doentes permaneçam em suas casas e que os gestos básicos de prevenção sejam adotados para diminuir as transmissões da doença.
Metapneumovírus nos EUA e Portugal
Além da Austrália, os Estados Unidos e Portugal registraram nos últimos meses casos da doença. Segundo os Centros para o Controle e Prevenção de Doenças (CDC), quase 20% dos testes de antígeno atestavam positivo ao metapneumovírus em março, uma percentagem 36% superior em comparação com antes da pandemia de Covid-19.
Nos Estados Unidos, a doença atinge principalmente crianças. Bebês com idades inferiores a dois anos são os que têm o maior risco de desenvolver complicações como bronquiolites, segundo informações dos CDC.
Já Portugal viveu um pico de contaminações em junho. De acordo com a imprensa portuguesa, desde o último trimestre de 2022, quase mil casos foram registrados no país. No total, 53% das infecções foram detectadas em crianças com idade inferior a cinco anos.
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