Entre os dias 20 e 26 de novembro, uma delegação brasileira de programadores de dança integra a Bienal de Dança na África durante a 10ª edição do KINANI – Plataforma Internacional de Dança Contemporânea, que acontece na cidade de Maputo, capital de Moçambique, na África. A iniciativa é uma das ações inaugurais do programa de internacionalização das artes, que está sendo construído pela Fundação Nacional de Artes – Funarte, junto ao Ministério da Cultura, no âmbito da Política Nacional das Artes. A Funarte, por meio do Instituto Bem Cultural, é a realizadora da ação que reúne o grupo brasileiro formado por 12 programadores de festivais de dança ou multiartísticos de diferentes regiões do país.
A presidenta da Funarte, Maria Marighella, fará duas apresentações no encontro. A primeira será no dia 23 de novembro, às 10h, no “Painel Sul Sul”, na Galeria do Porto de Maputo; e a segunda, na mesa “Funarte Brasil-Conexões Internacionais”, no Centro Cultural Franco – Moçambicano, em 25 de novembro, às 10h. Nesse segundo painel de debate, a presidenta contará com a participação do diretor de Artes Cênicas da instituição, Rui Moreira. A presidenta e o diretor vão acompanhar o grupo de programadores brasileiros na apresentação dos seus respectivos festivais de dança ou trabalhos independentes, além dos espetáculos de 20 artistas/coletivos indicados, que serão representados pelos gestores no evento.
De acordo com Maria Marighella, a Funarte tem o intuito de cooperar na construção de estratégias de ampliação do entrecruzamento de profissionais e projetos de diferentes países e ações. “É inesgotável o vínculo entre o Brasil e o continente africano, sendo Moçambique um país com o qual compartilhamos um idioma e, também, muitas faces dessa história. Por tudo isso, a Funarte celebra a importância global da Bienal de Dança da África e da KINANI, como plataforma importante na promoção da dança contemporânea há dez anos. Celebramos ainda a realização dessa ação, que articula diferentes agentes artísticos, instituições e iniciativas na criação de uma malha de internacionalização e no estímulo a múltiplas cooperações. Que os movimentos criados pela Bienal contribuam para fortalecer os nossos laços e façam mover outros imaginários em torno da potência criativa, da riqueza e da diversidade dos nossos povos”, ressalta a presidenta.
A delegação, apoiada pela Funarte, é constituída por programadoras e programadores que representam a diversidade brasileira. São eles: João Fernandes, diretor do Mova-se Festival, de Manaus (AM): Jacob Bezerra, diretor e curador do Junta Festival, de Teresina (PI); David Linhares, diretor da Bienal de Dança do Ceará, de Fortaleza (CE); Verusya Santos, diretora do Festival de Dança, de Itacaré (BA); Daniele Sampaio, curadora do Cena Contemporânea, de Brasília (DF); Priscila Patta, diretora da Rede Sola, de Belo Horizonte (MG); Nayse Lopez, diretora do Panorama Festival, do Rio de Janeiro (RJ); Estela Lapponi, performer, videoartista, artista DEF e integrante do Grupo de Trabalho Funarte Acessibilidade, de São Paulo (SP); Gabi Gonçalves, produtora do Faroffa, de São Paulo (SP); e Thiago Piragira, curador do Porto Alegre em Cena, de Porto Alegre (RS). Já os programadores de dança Guilherme Filho, curador do MID – Movimento Internacional de Dança, e Sergio Bacelar, diretor do MID – Movimento Internacional de Dança, ambos de Brasília (DF), são apoiados pelo Instituto Guimarães Rosa / Embaixada do Brasil em Maputo.
O encontro de programadores de dança em Moçambique tem o objetivo de fortalecer o papel da linguagem enquanto ato cultural, artístico, socioeconômico e político, além de tornar perceptível o atual estágio da criação contemporânea de dança. A programação acontece em diferentes centros culturais e espaços alternativos da capital do país: Praça da Independência, Jardim Tunduru, Centro Cultural Franco-Moçambicano, Galeria do Porto de Maputo, Teatro Avenida, Centro Cultural Moçambique – China, Cine-Teatro Scala, Sé Catedral de Maputo, Correios de Moçambique, Cine África, 4º Andar e Bairro Polana Caniço.
O projeto, idealizado pelo Instituto Bem Cultural, conta com a parceria da Yodine Produções, KINANI e Bienal de Dança na África; apoio do Instituto Guimarães Rosa, Embaixada do Brasil em Maputo e Ministério das Relações Exteriores, e a realização da Fundação Nacional de Artes, do Ministério da Cultura e do Governo Federal.
Sobre Brasil e África – Cooperação Sul-Sul
A cooperação brasileira para o desenvolvimento internacional com países da África avançou do discurso solidário para a prática em vários setores. O Brasil defende um sistema de cooperação diverso com modelos e práticas oriundas das diferenças históricas de cada nação. Para desenvolver projetos de cooperação internacionais para as artes, é preciso trazer para as negociações todos aqueles agentes que podem ser beneficiados, sejam eles públicos ou privados e, fundamentalmente, a sociedade civil.
Sobre Bienal de Dança na África e Kinani – Plataforma Internacional de Dança Contemporânea
A cidade de Maputo, capital de Moçambique, na África, foi o local escolhido para receber a Bienal de Dança na África durante a 10ª edição do KINANI – Plataforma Internacional de Dança Contemporânea, de 20 a 26 de novembro.
Moçambique possui uma longa experiência de promoção da dança contemporânea como veículo de expressão cultural, artística, de comunicação e socioeconômico. A institucionalização e a realização regular de residências artísticas e a organização do KINANI – Plataforma Internacional de Dança Contemporânea, de dois em dois anos, também estão no currículo do país. O acolhimento da Bienal de Dança na África constitui um retorno histórico às raízes, na África profunda, um momento particularmente marcante, explicam os organizadores.
O tema da Bienal de Dança na África 2023 é “Para além…”. Uma reflexão para além: da pandemia, das fronteiras, da disciplina, das expectativas, das incompreensões. Essa edição pretende ser um ponto de encontro de diferentes especialidades da dança: coreógrafos, intérpretes, produtores, programadores, técnicos, pensadores, investigadores. Paralelamente aos espetáculos, vai ser prestada uma relevância aos debates e reflexões sobre os desafios e as tendências da dança contemporânea no continente africano e no mundo.
O KINANI contará igualmente com momentos importantes de convivência e encontros informais, para permitir os contatos e a interação entre os artistas, operadores e programadores, como forma de fortalecer as relações e criar uma verdadeira rede de profissionais neste domínio. Estes momentos itinerantes abrirão oportunidades para os visitantes descobrirem a cidade, a sua arquitetura, sua gente e seus palcos artísticos: concertos, projeções a céu-aberto, intervenções de artes plásticas e de artesanato, por exemplo.
O elenco de curadoria do KINANI, junto com a Bienal de Dança na África, selecionou uma variedade de propostas concebidas sem imposição em termos temáticos, com o objetivo de estimular a liberdade de expressão artística e oferecer espaço de visibilidade a diferentes abordagens em um ambiente aberto. O KINANI vai apresentar montagens de companhias e, também, peças-solo, com performances que ilustram e valorizam a equidade de gênero e dimensão regional e territorial. As obras são o resultado de atividades de pesquisa e de residências criativas.
A edição 2023 da Bienal pretende instaurar, junto aos países convidados, um fórum de reflexão sobre os processos artísticos e socioculturais produzidos por meio das diversas formas de dançar.
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