Sobre a fala do presidente Lula de que “Brasil é visto como a bola da vez” na COP28, o porta-voz do Greenpeace Brasil, Marcelo Laterman, avalia que a declaração feita durante live na manhã desta terça (21) omite uma contradição central do governo, que segue priorizando a expansão do petróleo no país, inclusive com novas fronteiras de exploração em regiões extremamente sensíveis do ponto de vista socioambiental, como a Bacia da Foz do Amazonas, em detrimento da produção de energia limpa.
“Se os planos do governo na Margem Equatorial se concretizarem, quando as pessoas pensarem no Brasil depois desse mandato, poderão pensar no país que promoveu um avanço vertiginoso do petróleo sobre a Amazônia e seus povos, em pleno 2023, ano em que os impactos da crise climática assolaram a população brasileira”, critica Laterman.
Segundo o geógrafo, apostar em petróleo na Amazônia pode impactar o protagonismo que Lula pretende ter como interlocutor na geopolítica do clima e no processo de negociação com os países ricos, inclusive em termos de financiamento de ações contra a crise climática nas nações em desenvolvimento.
“É necessário que o governo assuma a responsabilidade que lhe cabe, de proteger a Amazônia, e se comprometa publicamente com o não avanço da fronteira de petróleo na Amazônia”, defende o porta-voz.
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