Superávit de US$ 99 bilhões também foi influenciado por queda nas importações
Embora o saldo recorde da balança comercial no ano passado, de US$ 99 bilhões, seja um número a ser comemorado, uma análise mais criteriosa sobre o papel do Brasil no jogo internacional revela ajustes necessários para que resultados como esse permaneçam no horizonte futuro do País. A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) se debruçou sobre os dados e encontrou pontos relevantes nesse sentido.
Vale lembrar, antes de qualquer coisa, que o Brasil ainda tem uma participação muito pequena no mercado internacional, de apenas 1,5% na corrente de comércio do mundo, revelando algumas distorções, já que o País é a nona maior economia do mundo em termos de Produto Interno Bruto (PIB), segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), mas ocupa a 26ª posição no ranking de maiores exportadores.
O primeiro ponto é que, mais do que o crescimento de receitas de exportações (1,5%), o saldo recorde aconteceu porque houve uma queda grande no volume de importações, que chegou perto de 12% na comparação com 2022 [gráfico 1]. Em outras palavras, a economia brasileira se manteve relativamente fechada em 2023 — e, não à toa, a corrente de comércio, que é a soma de exportações e importações, caiu 4% em relação ao ano anterior.
Na perspectiva da FecomercioSP, esse não é um resultado plenamente positivo, porque significa que o País perdeu espaço no comércio internacional. Facilitar as importações permite, principalmente, que as empresas tenham acesso a insumos mais baratos e de maior conteúdo tecnológico, além de gerar ganhos de produtividade e aumentar a competitividade das nossas exportações, propiciando o bem-estar dos consumidores e contribuindo para a desaceleração inflacionária.
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