quinta-feira , 21 novembro 2024
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Em média, três crianças e adolescentes perdem a vida por afogamento a cada dia no Brasil

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Todos os dias, em média, três crianças e adolescentes morrem por afogamentos no Brasil. Os dados fazem parte de um levantamento divulgado pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), neste 25 de julho, Dia Mundial de Prevenção do Afogamento. De acordo com a entidade, que analisou os registros de óbitos entre os anos de 2021 e 2022, o número acende um sinal de alerta, uma vez que esse tipo de fatalidade é completamente prevenível, mas continua a acontecer de forma frequente.

No período analisado, foram mais de 2,5 mil vítimas desse tipo de acidente. As crianças pequenas, de um a quatro anos de idade – tempo de vida em que são totalmente dependentes do responsável e de sua proteção – foram as principais vítimas (943 óbitos). Em seguida, estão os adolescentes de 15 a 19 anos (860 óbitos). Os dados incluem ainda as faixas etárias de 10 a 14 anos (com 357); de cinco a nove anos (com 291); e, por fim, os menores de um ano (58).

“Nos primeiros anos de vida, a capacidade da criança de avaliar riscos é praticamente inexistente. Por isso, a casa e outros locais conhecidos devem estar sempre preparados para a proteção passiva, pois a maior parte dos acidentes ocorre justamente nesses ambientes. Piscinas, banheiras, baldes e até mesmo bacias, todos esses locais que acumulam porções de água podem ser extremamente perigosos e ocasionar tragédias”, destaca a dra. Luci Pfeiffer, presidente do Departamento Científico de Prevenção e Enfrentamento às Causas Externas na Infância e Adolescência da SBP.

A especialista destaca ainda que as crianças maiores e os adolescentes também precisam da supervisão dos adultos durante a prática de atividades aquáticas, mesmo quando já aprenderam a nadar. “Rios, represas e praias são locais de risco potencial, sobretudo para os jovens, que em busca de adrenalina costumam se aventurar e se colocar em situações de perigo. É preciso que todos tenham em mente que os acidentes são evitáveis, na maioria das vezes com medidas simples. A falta de prevenção e da presença atenta de um adulto a proteger crianças e adolescentes tem levado a perdas irreparáveis”, diz.

REGIONAL – Os números analisados pela SBP apontam que, entre 2021 e 2022, São Paulo aparece como o estado com mais registros de mortes (296). Em segundo lugar está a Bahia (225). Na sequência, estão Pará (204); Minas Gerais (182); e ainda Amazonas e Paraná (131) empatados na quinta colocação. Os acidentes fatais entre o sexo masculino correspondem a 76% dos registros. Em oposição, as meninas totalizam apenas 24% dos óbitos.

MEDIDAS DE PREVENÇÃO – De acordo com a dra. Luci Pfeiffer, dentre as ações preventivas mais eficazes está a proibição da livre entrada de crianças pequenas em cozinhas, banheiros e áreas de serviço. “Devemos instalar portões para controlar o acesso. Isso também vale para as piscinas, sejam de cerâmica ou de plástico, mesmo as pequenas. É preciso impedir que as crianças consigam entrar sem autorização e supervisão direta e próxima”, pontua.

Além disso, ela recomenda que as boias de braço e circulares ou ainda brinquedos flutuantes sejam totalmente evitados. A única proteção reconhecida na prevenção dos afogamentos é o uso de colete guarda-vidas, com certificado do Inmetro e reconhecimento pela Marinha Brasileira. “O colete garante que a cabeça ficará para fora da água, em caso de infortúnio”. Outras recomendações da SBP para manter a segurança estão listadas a seguir

Mantenha a segurança dos ambientes (como a lavanderia, cozinha e meio externo), com baldes, bacias e tanques fora do alcance de crianças menores de cinco anos;

Mantenha tampas de vasos sanitários sempre abaixadas, de preferência com travas específicas;

Nunca deixe banheiras ou bacias com água nos banheiros, fora do tempo de uso. Quando utilizar esses objetos, um adulto responsável deve estar presente;

Ensine e supervisione seu filho adolescente para não entrar em piscinas e locais de água natural sozinho, mesmo que saiba nadar e, a não ter atitudes arriscadas na água, como “dar caldo” ou “fingir afogamento”; Crianças devem sempre estar em presença de adulto cuidador quando próximas à água.

Instale barreiras que controlem o acesso a reservatórios, como cercas em torno dos quatro lados da piscina (com 1,5 m altura e até 12 cm de distância entre as grades e que não possa ser escalada), com portão e tranca;

Prefira escolas e creches sem piscinas ou lagos para crianças menores de seis anos;

Ensine crianças de quatro anos ou mais a nadar. Escolha escolas de natação com professores qualificados;

Aprenda e treine as pessoas responsáveis por cuidar da criança (professoras, babás, etc) a nadar, a resgatar de forma segura em caso de afogamento e a realizar manobras de reanimação se necessário;

Ensine as crianças e adolescentes a respeitarem as placas de proibição de praias e piscinas, e sempre seguir as orientações do salva-vidas;

No mar, fique longe de correntes. Saiba identificar as temidas correntes de retorno: água marrom (ocasionada pela agitação de areia); água mais escura, pois nesse local está mais fundo; lugares no mar onde as ondas são menos frequentes; locais onde existe o encontro de duas ondas, onde as ondas quebram menos, onde tem menos espuma etc.;

No caso de ser pego por uma corrente, mantenha a calma. Erga as mãos para chamar a atenção do salva-vidas. Tente nadar paralelamente à praia ou flutue e deixe a corrente te levar enquanto chama a atenção do salva-vidas.

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