A safra de grãos de 2023 está estimada em um volume recorde de 299,7 milhões de toneladas, um crescimento mensal de 0,5%. Essa estimativa representa um aumento de 13,9% em relação à safra de 2022, que registrou 263,2 milhões de toneladas. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na última quinta-feira (13)
De acordo com informações do IBGE, o arroz, o milho e a soja são três principais produtos deste grupo, que quando somados representam 92,4% da estimativa da produção e respondem por 87,4% da área a ser colhida.
Carlos Barradas, gerente do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), esclarece que tanto a produção de soja, quanto a de milho, a totalidade de cereais, leguminosas e oleaginosas, são recorde da série histórica do IBGE.
“Para a soja foi somada uma produção de 147,2 milhões de toneladas. Um aumento mensal de 1,5% e um crescimento de 23,2% em relação ao que foi produzido em 2022. Para o milho, 119,8 milhões de toneladas, um declínio mensal de 1,4% e um aumento anual de 8,7%”, informa.
Quando comparados a 2022 foi notado um crescimento de 23,2% para a soja, 8,7% para o milho, com aumentos de 9,7% na 1ª safra e de 8,4% na 2ª safra. Porém, houve queda de 7,6% para o arroz. Houve acréscimo também de 3,3% na área a ser colhida do milho, aumento de 1,2% na 1ª safra e de 4,1% na 2ª safra. Contudo, houve diminuição de 6,5% na área do arroz.
Veja os cenários de cada região e estado
Evandro Oliveira, consultor do Safras e Mercados, explica que um dos motivos para a queda na safra do arroz foi a intensa estiagem na principal região produtora do Rio Grande do Sul.
“O arroz já vinha de uma época de margem apertada e até certos prejuízos aos produtores. Então isso já vinha estimulando uma queda na área do arroz, o que acabou se intensificando em virtude da estiagem que nós tivemos no Rio Grande do Sul”, completa.
A previsão para a produção total de feijão em 2023 é de 3,1 milhões de toneladas, um decréscimo de 0,5% em comparação à estimativa de fevereiro. A quantidade de feijão produzida em 2023 deve ser suficiente para suprir a demanda interna ao longo do ano.
O consultor expõe que tanto o arroz, quanto o feijão, passam por situações semelhantes devido à estiagem e a queda sistemática no consumo interno, uma vez que esse grão não pode contar a exportação por não ter mercado externo ativo.
“Por conta de margens apertadas, custos de produção elevados e uma retração no consumo safra após safra e também por conta de fenômenos climáticos que afetaram a produção de feijão, o feijão também vem contando com uma queda diária”, alega.
Oliveira informa que “atualmente, a produção de feijão está estimada abaixo de 2,9 milhões de toneladas, enquanto em temporadas anteriores, o feijão costumava apresentar uma produção total de aproximadamente 3 ou acima de 3 milhões de toneladas’.
O IBGE também divulgou que o Brasil deve produzir 3,3 milhões de toneladas para o café arábica e 1 milhão de toneladas para o canephora ou o conillon, como é mais conhecido.
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