A Prefeitura de Goiânia, por meio do Escritório de Prioridades Estratégicas (EPE), em parceria com a Secretaria Municipal de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sictec), trabalha na remodelação do projeto de Sandbox Regulatório.
A atualização, que segue modelo adotado na cidade de São Paulo, adotará uma área a ser tida como referência e setores para implantação de tecnologias que demandem uma específica que não possa ser desenvolvida na principal.
Desta forma, possibilita que tais áreas, tal qual a de referência, possam ser incluídas no arcabouço legal do Sandbox para construção de soluções inovadoras.
Soluções já existentes são verificadas em mercado, na conformidade com as necessidades que são apontadas pela administração, a fim de gerar modelos de negócios com grande capilaridade para alcançar, pela sua implantação, melhor qualidade ao cidadão. Todas estas tecnologias serão antes testadas pelo Sandbox.
“Ao acompanhar iniciativas em cidades inteligentes em todo o país, verificamos que a remodelação da estrutura funcional do Sandbox significaria um ganho enorme para a cidade, com a potencialização do trabalho, por exemplo, da Defesa Civil”, afirma o prefeito Rogério Cruz.
Na prática, a prefeitura projeta, por exemplo, utilizar esse desdobramento para aprimorar o trabalho da Defesa Civil no monitoramento climático, de regiões com potencial de alagamento, de encostas e nível de córregos, de qualidade do ar e queimadas, dentre outros.
“O Sandbox permite que, em áreas específicas, possam ser testados equipamentos e iniciativas tecnológicas, utilização de melhorias na qualidade de vida da população, além de sistemas para monitoramento em geral. Torna-se possível realizar o envio de dados para uma central de análise, que poderá demandar ações imediatas ou de prevenção de desastres. Também possibilita que os testes ocorram em diferentes pontos com demandas semelhantes”, detalha o secretário do Escritório de Prioridades Estratégicas (EPE), Everton Schmaltz.
Atualização
A decisão de atualização do projeto ocorre após intercâmbio entre o Escritório de Prioridades Estratégicas (EPE) e Secretaria Municipal de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sictec) com o Parque Tecnológico Itaipu (PTI) e o município de São Paulo, que adotou modelo semelhante ao que será implantado em Goiânia.
“Há cerca de 12 anos, o foco do Sandbox era tecnologia de forma generalizada. Ao longo desses anos, percebeu-se que cidade inteligente vai além disso, ela deve criar condições para projetos com foco no cidadão”, diz o titular do EPE, ao pontuar que o conceito de cidadão 5.0 possibilitou essa mudança.
Schmaltz explica que Sandbox é uma área específica com regras que criam um ambiente regulatório para novas tecnologias serem testadas, considerando alterações de normativas municipais. “As cidades possuem legislações próprias que, muitas vezes, não contemplam o desenvolvimento de tecnologias inovadoras. Então, o decreto delimita áreas para que sejam testadas, o que contribui para a desburocratização e celeridade”, observa.
Após testes, devidamente acompanhados de validação pela sociedade e pelo poder público, a tecnologia pode ser adotada pela gestão. Desta forma, o Sandbox funciona como um laboratório em escala urbana, tanto em tecnologia quanto em modelos de negócios.
Integração
Outro ponto de atenção da gestão é o investimento no fortalecimento do Centro de Controle Integrado (CCI), administrado pela Sictec. Atualmente, 97 das 250 câmeras previstas já estão ativas. O trabalho de monitoramento inclui parcerias com forças de segurança e Secretaria Municipal de Mobilidade (SMM).
“A partir do monitoramento, as ações serão mais rápidas, dentro de uma modelagem que compartilha conhecimento, facilita informação e auxilia a gestão no processo decisório”, aponta Everton Schmaltz. Está sendo criada, parceria entre a Sictec e o EPE, uma “sala de situação”, no Paço Municipal. O ambiente terá tecnologia adequada e informações necessárias em painéis digitais para reunião de até 30 integrantes, para que o prefeito Rogério Cruz possa liderar de forma direta com seu secretariado e outros agentes, toda pauta que considerar de importância ou crítica, em qualquer área de atuação”, destaca.
Está em fase final de conclusão a interligação por fibra ótica exclusiva os sistemas das unidades pertencentes à gestão municipal.
Serão construídos 300 km de fibras óticas, o que demandará benefício aos sistemas e segurança de dados da administração.
Outro projeto em andamento e coordenado pela Sictec é a implantação de 250 câmeras de rua, sendo 202 Speed Dome, 360°, com alta capacidade de zoom.
Para contemplar o projeto de Cercamento Eletrônico, serão instaladas 48 câmeras com inteligência de leitura de placas de veículos, o que cria um anel de rastreamento veicular no município.
Mapzer
O contrato para implementação do monitoramento de vias de Goiânia, realizados com a tecnologia Mapzer – Soluções de análise e tratamento de dados com inteligência artificial big data, é utilizado de forma eficaz para tornar cidades mais inteligentes e eficientes.
O uso da tecnologia para realizar uma espécie de raio X da infraestrutura viária da cidade, com uso de inteligência artificial e câmeras de alta resolução, auxilia a gestão a mapear ocorrências. São os casos de tampas de boca de lobo quebradas, tampas de poços de visitas com problemas, buracos e entulhos nas vias, lixo, placas irregulares, sinalização de trânsito, meios-fios quebrados, grama por aparar, matos em lotes, construções irregulares, dentre outros. Além disso, mostra os bairros e ruas com maior incidência de cada ocorrência.
As informações são armazenadas em nuvem, e geram relatórios com ordens de serviços para intervenção, com localização e informações para logística de execução. Após um período, considerado de um ciclo mensal, o equipamento passa novamente na mesma rota prevista para conferir a execução do serviço e apontar outros recentes.
Conforme descreve o titular da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinfra), Denes Pereira, “é o primeiro instrumento tecnológico de amplo alcance com inteligência artificial implantada em nossa cidade”. Segundo ele, “utilizado em infraestrutura urbana em geral, atende demandas de várias secretarias, fornece dados já trabalhados para as intervenções a serem realizadas por estas unidades governamentais, num total de 22 elementos levantados diariamente em ciclo mensal. Pode alcançar até 32 tipos de verificação”. Ele afirma que “isso é pura tecnologia agregada. Coopera com a logística de cada unidade administrativa, e reduz consideravelmente o custo operacional”.
“A Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra) trabalha esses dados e avança no Goiânia Adiante, com a utilização da inteligência para a governança”, afirma Denes Pereira.
Secretário municipal de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sictec), Paulo da Farmácia ressalta a importância da inteligência artificial. “Pode trazer inúmeras oportunidades para o setor público. Permite melhorar a eficiência operacional, a prestação de serviços e a tomada de decisões. Desse modo, o planejamento evolui na excelência ao prever as necessidades e indicar melhor alocação de recursos”, frisa.
Com a tecnologia, dados que antes chegavam de maneira descentralizada foram otimizados e resultam em economia considerável por conta da nova logística aplicada.
A estimativa de economia mensal é de até R$ 2 milhões. O serviço gera, ainda, histórico de todas as informações sobre cada via do município. Isso já foi utilizado, recentemente, para pontuar decisões em relação ao Programa Goiânia Adiante, para o projeto de 500 quilômetros de reestruturação de vias, o recapeamento, a ser licitado em 2023. (Fonte: Secom-Goiânia)
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