sábado , 19 abril 2025
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Projeto da Fiocruz visa aumentar cobertura vacinal no país

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Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgados em abril, quase 26% da população infantil brasileira não recebeu nenhuma dose de vacina em 2021. A estatística faz parte de um cenário mundial de diminuição da cobertura vacinal. No Brasil, essa queda na imunização teve início em 2012, acentuou-se em 2016 e piorou por causa da pandemia de covid-19.

Para ajudar a enfrentar esse problema, a Fundação Oswaldo Cruz, em conjunto com a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e o Programa Nacional de Imunização (PNI), realiza o Projeto Pela Reconquista das Altas Coberturas Vacinais.

A ação visa aumentar a cobertura vacinal em todo o país por meio da parceria com estados e municípios, levando em conta as diferenças regionais, como explica a coordenadora da Assessoria Clínica de Bio-Manguinhos e do projeto, dra. Lurdinha Maia: “Foram desenvolvidos planos municipais para a reconquista das altas coberturas vacinais com o ator local – coordenador de imunizações, da atenção primária, sala de vacina, secretários municipais – e um plano de comunicação e educação com ações educativas”, contou. 

A aproximação com os profissionais da ponta do Sistema Único de Saúde e o trabalho conjunto do poder público, parceiros e sociedade civil são enumerados pela coordenadora como os fatores mais poderosos do projeto. 

Fenômeno multifatorial

A queda na cobertura vacinal tem vários motivos. E  causa o reaparecimento de algumas doenças preveníveis que  haviam sido extintas no país. Vacinas essenciais como a BCG, a tríplice bacteriana e as contra hepatite B e poliomielite registram no Brasil taxas de cobertura menores que as médias mundiais. Segundo levantamento do Ministério da Saúde divulgado ano passado, os índices de cobertura vacinal, que chegaram a 97% em 2015, caíram a 75% em 2020. As maiores quedas são das vacinas BCG e Hepatite A.

O infectologista Henrique Lacerda explica que a vacinação infantil é de extrema importância, pois doenças que afetam principalmente as crianças como sarampo, poliomielite, difteria, coqueluche, podem causar complicações graves, que podem ir desde incapacidade até mesmo levar à morte. 

“As vacinas podem além de prevenir essas doenças, reduzir a gravidade, caso essas infecções ocorram. Então, por exemplo, se a criança vacinada contrair a doença, é mais provável que ela tenha uma forma mais leve e tenha menor probabilidade de desenvolver as complicações”, elucidou.

Duas pesquisas publicadas neste ano, uma da Universidade Federal de Minas Gerais  (UFMG) e outra da Sociedade Brasileira de Pediatria, apontam alguns motivos para esse fenômeno. Entre os principais estão a falsa segurança em relação à necessidade  da vacinação por causa do controle de doenças; a desinformação do debate público com desinformação e o crescimento de movimentos antivacinas.

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