sexta-feira , 22 novembro 2024
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Foguete é lançado por terroristas da Cisjordânia e explode em território palestino

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Na manhã desta segunda-feira (26), um foguete foi lançado de Jenin, cidade palestina da Cisjordânia, e explodiu em território palestino, mas não há relato de feridos. O grupo terrorista Hamas admitiu autoria do ataque. De acordo com o Exército de Israel, a investida não chegou a representar ameaça real para as comunidades da área. Forças de segurança realizaram buscas na área.

Israel já lidou com ataques de foguetes vindos do sul do Líbano e ainda enfrenta esse tipo de agressão vinda da Faixa de Gaza. Porém, a posição geográfica da Cisjordânia agrava o problema, por ser próxima do centro de Israel, região mais densamente povoada do país, onde estão Tel Aviv e Jerusalém, suas maiores cidades.

André Lajst, cientista político especialista em Oriente Médio e presidente executivo da StandWithUs Brasil, explica os perigos das novas ofensivas: “Terroristas palestinos de Jenin jogaram um foguete contra Israel. É a primeira vez que isso acontece. Esse é um fenômeno que antigamente era do sul do Líbano contra Israel. Nos anos 2000, se transformou em um conflito entre Gaza contra Israel e, agora, passou a ser da Cisjordânia contra Israel. O território é muito maior que Gaza, 15 vezes maior em tamanho, e os grupos que estão na região estão espalhados em uma população maior”, relata Lajst.

O especialista também descreve o porquê essa nova ofensiva causar danos até mesmo para o povo palestino: “É muito perigoso para a vida cotidiana dos palestinos, mais do que para a vida cotidiana dos israelenses. O exército de Israel está dentro desse território e não vai deixar isso acontecer, então imaginem só o que as forças israelenses vão precisar fazer caso esse fenômeno dos foguetes vindo da Cisjordânia e não só da Faixa de Gaza se torne uma realidade. Se isso acontecer, haverá uma completa mudança da política de segurança de Israel para com a Cisjordânia, e os principais prejudicados serão os palestinos”, explica Lajst.

Entenda o conflito na Cisjordânia

Desde o começo do ano passado, Israel tem enfrentado uma onda de ataques de grupos armados não ligados a grupos terroristas, conhecidos como Jihad Islâmica e Hamas, que estão fazendo atentados de oportunidade contra civis e soldados israelenses dentro de Israel e na Cisjordânia. Esse território é parcialmente controlado pela Autoridade Palestina e parcialmente controlado por Israel. “São milhares de homens armados na Cisjordânia, financiados pelo Irã, com dinheiro da Jihad Islâmica, mas sem afiliação ao grupo. Às vezes, o dinheiro também vem do Líbano através do Hezbollah”, explica o especialista André Lajst.

“Eles estão ativamente trabalhando para fazer com que a região inteira pegue fogo e para que Israel precise fazer ações e isso leve a uma terceira intifada, um levante palestino, uma quebra de relações diplomáticas de Israel com os países árabes, e que Israel fique isolado no mundo com as suas relações diplomáticas estremecidas”, afirma Lajst sobre os atos terroristas.

Israel vem, então, entrando na região da Cisjordânia, fazendo ações para tentar prender terroristas e evitar esses atentados. “Muitas dessas incursões israelenses são recebidas a tiros por esses homens armados em Jenin, em Nablus, em Hebron e outras cidades palestinas onde a Autoridade Nacional Palestina é fraca, não tem estado de direito forte e é uma anarquia”, explica o especialista.

As incursões israelenses, muitas vezes, levam à morte de palestinos armados. Os velórios se tornam uma nova incitação à violência, com palestinos desejando vingança, o que gera novos atentados terroristas. “Israel tem que revidar esses atentados para prender as pessoas que fizeram ou para prender as pessoas que mandaram ou para prender os financiadores ou para evitar próximos atentados. Então, vira uma espiral de violência sem fim”, descreve Lajst. O especialista explica, ainda, que o conflito não possui previsão de término: “Ele só vai acabar quando a República Islâmica do Irã, o maior financiador do terrorismo no mundo, parar de financiar o terrorismo não só lá, mas em toda a região do Oriente Médio”, explica. 

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