quarta-feira , 27 novembro 2024
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EUA punem autoridades chinesas por ‘assimilação forçada’ de 1 milhão de crianças tibetanas

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Os Estados Unidos impuseram sanções na terça-feira (22) contra autoridades chinesas que adotam uma política de “assimilação forçada” de crianças tibetanas. Mais de um milhão de menores foram separadas das suas famílias, segundo especialistas da ONU. As políticas de Pequim “visam eliminar as tradições linguísticas, culturais e religiosas do Tibete entre as gerações mais jovens de tibetanos”, disse o chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, num comunicado.

O chanceler Antony Blinken anunciou que o seu país deixará de conceder vistos aos líderes chineses responsáveis ​​pelo sistema de internatos para onde são enviados à força jovens tibetanos separados das suas famílias. A decisão faz parte de uma série de medidas contra a China tomadas pelos Estados Unidos, apesar da recente retomada do diálogo entre altos representantes das duas potências.

“Pedimos às autoridades chinesas que parem de enviar à força crianças tibetanas para internatos estatais e que acabem com as políticas de assimilação forçada no Tibete e noutras partes da China”, disse ele.

Desde 2021, os Estados Unidos acusam a China de “genocídio” contra os uigures em Xinjiang, no noroeste do país. As autoridades dos EUA, bem como testemunhas e organizações de direitos humanos, afirmam que muitos membros dessa minoria são submetidos a trabalhos forçados e internados em campos. A proibição de vistos imposta na terça-feira será aplicada a antigos e atuais funcionários envolvidos na política da China no Tibete, disse um porta-voz do Departamento de Estado, sem dar mais detalhes.

Na sua declaração, Antony Blinken citou o trabalho dos relatores especiais da ONU, que concluíram em fevereiro que cerca de um milhão de crianças tibetanas foram separadas das suas famílias e assimiladas à força em internatos. Esse programa parece concebido para integrar à força os jovens tibetanos na cultura majoritária han, de acordo com os especialistas. Nos internatos, eles são obrigados a seguir uma educação em mandarim e não estudam a língua, a história e a cultura tibetanas.

Em abril, outros especialistas da ONU acusaram a China de forçar centenas de milhares de tibetanos a sair do meio rural para participar de programas de “formação profissional” como pretexto para minar a cultura tibetana.

O ministro das Relações Exteriores da China disse que o relatório “não tem qualquer fundamento”.

O Tibete tem sido administrado com mão de ferro pela China desde a década de 1950. Em 1959, o Dalai Lama, líder espiritual e autoridade máxima do Tibete, partiu para o exílio no norte da Índia. Muitos tibetanos da diáspora acusam Pequim de usar medidas repressivas e de tortura e afirmam que o objetivo e apagar o legado tibetano.  (Com AFP)

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