quinta-feira , 21 novembro 2024
Saúde

Brasileiros seguem negligenciando a saúde bucal

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O Brasil é o país que possui o maior número de dentistas no mundo. De acordo com o Conselho Federal de Odontologia, existem cerca de 392 mil profissionais. Mesmo assim, as pessoas não cuidam da sua saúde bucal. De acordo com dados do Ministério da Saúde, 55% dos brasileiros não vão ao dentista pelo menos uma vez ao ano, frequência indicada pelo órgão. Cerca de 41,5% da população com mais de 60 anos já perdeu todos os dentes. São dados que chamam atenção neste Dia do Dentista Brasileiro, celebrado em 25 de outubro.

A odontóloga Andreia Coelho, que atende no centro clínico do Órion Complex, em Goiânia, ressalta que as pessoas não veem a odontologia como essencial para a saúde em geral. “Outra questão que pesa é a falta de acesso aos cuidados odontológicos públicos, por questões financeiras e até mesmo por traumas anteriores”, detalha ela, lembrando que os perigos de ir ao dentista apenas quando estiver com dor. “Isso pode resultar em detecção tardia de problemas, o que o torna mais complexo e com um investimento maior. Além do que a falta de tratamentos preventivos pode resultar em piora ou agravamento de doenças sistêmicas”.

A especialista ressalta que ao cuidar da boca também cuidamos do restante do corpo. “Um checkup odontológico pode prevenir desde cárie e doença periodontal (gengiva) até problemas mais graves como câncer. Existem fortes evidências de que a saúde bucal adequada está ligada a benefícios para o coração e a saúde geral, reduzindo o risco de várias doenças sistêmicas, diabetes e hipertensão”, salienta a dentista. “Em algumas doenças sistêmicas os primeiros sintomas começam na boca. Existe uma conexão direta da saúde bucal com a saúde do corpo. Uma inflamação na gengiva, por exemplo, libera mediadores inflamatórios que se ‘espalham’ na corrente sanguínea e trazem malefícios para todo o corpo”, completa.

Segundo Andreia Coelho, a recomendação é ir ao dentista pelo menos duas vezes por ano para checkups regulares e limpezas. Além disso, ela destaca que essa prática deve-se começar antes mesmo do nascimento. “Iniciar as visitas odontológicas é importante inclusive antes do bebê nascer, pois existem pesquisas sobre a influência da saúde bucal da gestante em relação ao parto prematuro e bebês de baixo peso. Ou seja, a gestante com uma gengiva sangrando tem um risco maior de ter problemas relacionados ao parto prematuro. Outra indicação importante para os bebês é que os pais busquem atendimento odontológico antes mesmo do primeiro dentinho nascer, para prevenção e orientações nessa fase tão especial”, detalha.

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