sábado , 23 novembro 2024
Economia

CNI lança Mapa Estratégico da Indústria para uma economia de baixo carbono

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fotografia aérea Floresta amazônica, plantação

A transição para uma economia de baixo carbono, com foco na diminuição de emissões de gases de efeito estufa (GEE) e no uso eficiente de recursos naturais, é fundamental para colocar a indústria brasileira em uma posição de liderança na agenda nacional e global de sustentabilidade nos próximos 10 anos. Para incentivar a adoção de práticas sustentáveis, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) lançou o Mapa Estratégico da Indústria 2023-2032. 

O gerente-executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, Davi Bomtempo, explica que o documento reúne questões relativas a recursos naturais, bioeconomia, patrimônio energético, descarbonização, entre outros. “Ou seja, é uma agenda de eficiência energética e expansão de [fontes] renováveis e novas tecnologias”, destaca.

Veja todas as propostas do eixo baixo carbono e recursos naturais:

Bioeconomia: aumentar o número de notificações da indústria de transformação no Sistema Nacional de Gestão do Patrimônio Genético e do Conhecimento Tradicional Associado (SisGen);

Descarbonização: reduzir a intensidade das emissões de CO² pela indústria;

Eficiência energética: aumentar a eficiência por meio da redução da intensidade energética;

Energias de fontes renováveis: elevar o uso de fontes renováveis na matriz energética da indústria;

Economia circular: aumentar a taxa de recuperação de resíduos.

Com base no documento, a CNI prevê que, em um prazo de 10 anos, o Brasil terá a capacidade de desenvolver uma indústria digital e sustentável, mais integrada internacionalmente, contribuindo para um país mais inclusivo e equitativo —  e com um setor público mais eficaz.

Conferência das Partes

A Conferência das Partes (COP) é uma reunião da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, que ocorre todos os anos. O encontro conta com a participação de representantes de diversos países que debatem sobre as mudanças climáticas, buscam soluções para os problemas ambientais globais e negociam acordos para enfrentar essas questões. A conferência deste ano, a COP28, será realizada em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, entre 30 de novembro e 12 de dezembro.

Davi Bomtempo afirma que a expectativa da CNI em relação à COP é reduzir as emissões de gases de efeito estufa para evitar o aquecimento global. “Essa indústria tem uma estratégia bem estabelecida. É o que a CNI vai levar para a COP28. Casos de sucesso, parcerias, alternativas de financiamento para que a gente possa fazer uma transição na economia de baixo carbono cada vez mais estruturada e condizente com as especificidades do Brasil”, completa.

Indicadores

No Brasil, na comparação dos cinco primeiros meses de 2022 e 2023, a participação de fontes renováveis na Oferta Interna de Energia (OIE) passou de 47,4% para 49,2%. Logo, o crescimento da geração de energia renovável provocou a redução da participação de termelétricas a carvão (4,6% para 4,4%) e a gás natural (10,5% para 9,6%) na OIE. Os dados são do Boletim Mensal de Energia (BME), produzido pelo Departamento de Informações, Estudos e Eficiência Energética (DIEE), divulgado em agosto.

De acordo com a CNI, as estratégias para alcançar uma economia sustentável, com baixas emissões de carbono e uso inteligente dos recursos naturais, estão em diferentes estágios de desenvolvimento. Alguns indicadores mostram progressos nos últimos anos, enquanto outros permanecem estagnados ou até pioraram.

No que diz respeito aos recursos naturais, observa-se um avanço significativo no aumento do uso econômico da biodiversidade. Na categoria de baixas emissões de carbono, destaca-se a redução consistente das emissões de CO² nos processos industriais em relação ao PIB industrial.

Além disso, o número de empresas que realizam inventário de carbono aumentou positivamente, alcançando 68% em direção à meta estabelecida. O consumo de energia renovável na indústria também progrediu, chegando a 20% em relação à meta definida pela CNI.

Entretanto, há áreas em que o desempenho é negativo. Indicadores como segurança hídrica, produção em áreas de concessão florestal, eficiência energética na indústria e economia circular, incluindo circularidade, recuperação de resíduos e gestão adequada dos resíduos não recuperáveis, estão próximos aos seus valores mais baixos da série, mostrando desafios nesses aspectos.

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