Pesquisa aponta que a percepção dos empresários da capital paulista, sobre as condições atuais, é a menor desde julho de 2021
O empresariado de São Paulo encerrou 2023 menos otimista. É o que demonstra o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC), que registrou queda de 11%, em dezembro, na comparação com o mesmo período de 2022. O Indicador, que avalia a percepção dos comerciantes em relação ao seu segmento, à sua empresa e à economia do País, também apresentou retração na avaliação mensal, de 1,1%. Em novembro, o índice estava na casa dos 107,2 pontos, mas caiu para 106,1, no último mês de 2023. Os dados são da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
Os três subíndices que compõe o ICEC também demonstram resultados negativos na comparação com o mesmo mês do ano passado. A maior queda foi observada no Índice das Condições Atuais do Empresário do Comércio (ICAEC). A redução foi de 23,6%. Já na comparação mensal, a redução foi de 3,5%, passando de 81,8 pontos (em novembro) para 79 no fim do ano. Este é o menor nível de confiança, em relação às condições presentes, desde julho de 2021, quando a pontuação do ICAEC alcançava a marca de 68,4 pontos.
O Índice de Expectativa do Empresário do Comércio (IEEC) retraiu 6,9% na relação interanual. Na perspectiva mensal, a variação foi de -0,9% e agora está em 136,5 pontos. Já o Índice de Investimento do Empresário do Comércio (IIEC) caiu 4,7% e, em relação a novembro, subiu 0,5% (alcançando 102,8 pontos).
Na avaliação da FecomercioSP, a percepção das condições atuais dos empresários, apontada pelo ICAEC, é preocupante. Para a Entidade empresarial, o resultado sinaliza um pessimismo em relação à atividade em geral. A queda da confiança é consequência da desaceleração da economia nos últimos meses e da preocupação com os desafios que estão por vir em razão das perspectivas menos favoráveis.
Índice de Expansão do Comércio (IEC)
Outro indicador realizado pela FecomercioSP, o IEC, que permite avaliar a intenção dos empresários em relação às contratações, a compra de máquinas ou a equipamentos e a abertura de novas lojas, registrou variação mensal de 0,4%. Em novembro, apresentava 105,9 pontos e terminou o ano com 106,4 pontos. Normalmente, as festas de fim de ano fazem com que os comerciantes demonstrem maior disposição para investir e contratar.
Ainda assim, na comparação interanual, o indicador caiu 10%. O subíndice que mede as Expectativas para Contratação de Funcionários registrou estabilidade, permanecendo com 116,6 pontos em dezembro. Já o indicador que mede o Nível de Investimento das Empresas avançou 0,9%, para 96,1 pontos no último mês do ano. Em relação a dezembro do ano passado, os dois indicadores registraram queda respectivamente: (-2%) e (-26,9%).
Índice de Estoques (IE)
O Índice de Estoques subiu 0,9% na passagem de novembro para dezembro, e caiu 3,2% na comparação anual. O indicador saiu dos 111,3 pontos para os 112,4. A proporção dos empresários que consideram a situação dos estoques adequada variou 0,7%, passando para 56,2%.
Entre os que relataram situação inadequada acima do desejado houve queda de 0,5% e agora são 24,1%. A porcentagem dos que consideram seus estoques inadequados abaixo do desejado diminuiu 0,2%, passando para 19,7%.
Para 2024, a avaliação da FecomercioSP é de que o empresariado terá um cenário desafiador diante das incertezas causadas, principalmente, pelos riscos fiscais. A orientação é investir em planejamento estratégico e financeiro para mitigar os impactos causados pela desaceleração da atividade. O momento é de reavaliar cenários, traçar planos de resiliência, evitando excesso de endividamento e estoques em níveis inadequados.
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