domingo , 24 novembro 2024
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G20: recursos dos setores público e privado aceleram a redução do risco de desastres

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O financiamento de recursos públicos e privados e a contribuição de outros agentes financeiros na gestão de eventos climáticos mundiais nortearam os debates do segundo dia do encontro presencial do Grupo de Trabalho de Redução do Risco de Desastres do G20 no Rio de Janeiro.

Na abertura do evento, o secretário nacional de Proteção e Defesa Civil, Wolnei Wolff, alertou para a necessidade da pauta em discussão. “Sem recursos suficientes, as comunidades mais vulneráveis permanecem expostas e desprotegidas. O financiamento também desempenha um papel vital na capacitação e treinamento de equipes de resposta a emergências, assim como na educação e conscientização da população sobre o risco de desastres”, afirmou.

No debate, o chefe-adjunto de processos intergovernamentais do Escritório das Nações Unidas para Redução do Risco de Desastres (UNDRR), Abhilash Panda, incentivou a troca internacional de conhecimentos. “Peço ao Brasil, presidente do G20, que chame os países membros para compartilhar experiências sobre esse tema, o que, de alguma maneira, pode incentivar os países em desenvolvimento a produzirem suas próprias ferramentas e instrumentos financeiros”, disse Abhilash.Também participaram das discussões representantes da África do Sul, Indonésia, França, Austrália, Itália, Alemanha, Rússia, Japão, Coreia do Sul, Arábia Saudita, Reino Unido, China, Estados Unidos, União Europeia, entre outros.

Representando a Índia, Krishna Vatsa, da Agência Nacional de Gestão de Desastres, disse que o financiamento para a redução do risco de desastres é urgente. “Temos que pensar nessa questão incluindo o setor privado, ONGs e sociedade civil. Todos precisam estar envolvidos. Também não podemos descartar mecanismos internacionais para apoiar o financiamento”, completou.

Prioridades e produtos

O Grupo de Trabalho de Redução do Risco de Desastres do G20 adotou seis prioridades para orientar as ações brasileiras e as contribuições dos países membros. São elas:

1. Combater as desigualdades e reduzir as vulnerabilidades;

2. Cobertura global dos sistemas de alerta precoce;

3. Infraestruturas resilientes a catástrofes e às alterações climáticas;

4. Estratégias de Financiamento para Redução do Risco de Desastres;

5. Recuperação, Reabilitação e Reconstrução em Caso de Desastres;

6. Soluções baseadas na natureza.

Considerando as prioridades acima, o grupo está em processo de desenvolvimento de produtos para colocar em prática as iniciativas debatidas no evento, pelo menos um referente a cada prioridade. O primeiro produto é a elaboração de um compêndio para compartilhar experiências e propostas sobre a temática do combate às desigualdades para reduzir as vulnerabilidades, sendo apresentado o formulário on-line para receber contribuições dos países parceiros. O segundo se refere a uma plataforma acessível para reunir todas as contribuições sobre os alertas precoces para todos.

Um modelo de boas práticas para tratar da infraestrutura resiliente, com mensagens-chave e estudo de casos, será compartilhado entre os países e, posteriormente, analisado como parte das ações voltadas para a terceira prioridade do grupo de trabalho. O quarto produto também prevê a elaboração de um documento com contribuições sobre o financiamento para a redução do risco de desastres, enquanto o quinto tem como principal iniciativa a criação de uma plataforma internacional para reunir boas práticas para uma recuperação resiliente. Por fim, o último produto, lançado no dia 26 de julho, também é um compêndio de boas práticas sobre as soluções baseadas na natureza com quatro sessões: política, conhecimento e dados, implementação das soluções baseadas na natureza e investimento público e privado.

O secretário Wolnei Wolff comentou sobre as entregas da presidência brasileira. “Algumas delas já foram cumpridas, como a realização de webinares e sessões temáticas; outras ainda estão em fase de elaboração. É importante ressaltar que não é esperada a validação de todos os produtos propostos, tendo em vista que alguns serão considerados materiais de referência. Os produtos que ainda estão em fase de elaboração podem e devem receber contribuições, que serão levadas para conhecimento das organizações parceiras”, explicou.

A partir de agora, os países têm até o dia 30 de agosto para enviar as recomendações pertinentes a cada produto apresentado.

Relatório preliminar 

Após quatro dias de debates sobre as principais pautas que norteiam o Grupo de Trabalho de Redução do Risco de Desastres do G20, o Brasil apresentou um rascunho da declaração ministerial sobre os resultados do grupo e contou com a ajuda dos países membros para as modificações necessárias no texto.

Com forte contribuição internacional, o relatório preliminar teve ajustes e sugestões pertinentes de representantes dos países do G20 e ainda podem ter outras alterações. O prazo para o envio de novas sugestões para a declaração se encerra no dia 9 de agosto.

O primeiro encontro presencial do grupo foi elogiado pelos ministérios dos Transportes e das Relações Exteriores, pelo Governo do Rio de Janeiro e Sepro/RJ pelo clima harmonioso do evento.

Presidência do Brasil

Desde 1º de dezembro de 2023, o Brasil assumiu, pela primeira vez, a presidência do G20 e colocou na pauta prioridades como a reforma da governança global, as três dimensões do desenvolvimento sustentável (econômica, social e ambiental) e o combate à fome, pobreza e desigualdade.

A logomarca da presidência brasileira, com as cores das bandeiras dos países-membros, destaca o dinamismo e multilateralismo com que o Brasil aborda as questões mundiais.

Com o slogan “Construindo um mundo justo e um planeta sustentável”, a atual presidência traz o compromisso e o desejo do Brasil em promover o desenvolvimento econômico e social global.

G20

O Grupo dos Vinte, o G20, nasceu após uma sequência de crises econômicas mundiais. Em 1999, países industrializados criaram um fórum para debater questões financeiras. Em 2008, no auge de mais uma crise, o grupo teve a primeira reunião de cúpula com chefes de Estado e, desde então, não parou de crescer no âmbito das discussões sobre estabilidade econômica global.

Com presidências rotativas anuais, o G20 desempenha papel importante nas grandes questões econômicas internacionais.

Atualmente, além de 19 países dos cinco continentes (África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia), integram o fórum a União Europeia e a União Africana. O grupo agrega dois terços da população mundial, cerca de 85% do PIB global e 75% do comércio internacional.

A agenda do G20 inclui outros temas de interesse da população mundial, como comércio, desenvolvimento sustentável, saúde, agricultura, energia, meio ambiente, mudanças climáticas e combate à corrupção.

Fonte: MIDR

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