Pesquisas qualitativas sugerem que os eleitores de Brasília estão “insatisfeitos” com o governador Ibaneis Rocha (MDB) — que não é visto como um gestor “criativo” e “equilibrado”. Portanto, querem trocá-lo. Ao mesmo tempo, duas pesquisas indicam que, apesar de a rejeição do gestor ser crescente, os eleitores ainda não vislumbram um sucessor melhor do que ele, eleitoralmente, pelo menos. Mas, quando o nome da ministra da Secretaria de Governo, a deputada federal licenciada Flávia Arruda (PL), é citado — sobretudo se informa que é mulher do ex-governador José Roberto Arruda (chegou a ser preso, sob acusação de corrupção, mas permanece popular, como uma espécie de “novo” Joaquim Roriz, ou seja, um político referencial, em termos de administração eficiente e ousada) —, os eleitores admitem que pode ser uma alternativa. No caso de uma composição com Damares Alves e com o ministro da Justiça, Anderson Torres, na vice (hipótese mais remota), a chapa ficaria mais encorpada.
Um aliado de Flávia Arruda e José Roberto Arruda afirma que a dupla não se preocupa com o atual desgaste de Bolsonaro, pois acredita que, entre agosto e setembro de 2022, quando a maioria dos eleitores realmente define o voto, o presidente estará mais bem avaliado. “Com os brasileiros vacinados e com a economia em recuperação, é quase certo que Bolsonaro vai recuperar parte de seu capital eleitoral. Os Arruda contam com isto”, assinala um aliado.
Já um aliado de Ibaneis Rocha acredita que, no final, Flávia Arruda vai compor com ele, aceitando disputar o Senado ou a vice. “Não sei por qual motivo Flávia Arruda, se estiver bem nas pesquisas, vai carregar a alça do caixão político de Ibaneis Rocha em 2022. Acredito que Ibaneis Rocha vai começar em primeiro lugar, mas acabará não indo para o segundo turno. Minha aposta é que a grande adversária de Flávia Arruda vai ser a senadora Leila do Vôlei, do PSB. Não se pode subestimar também Izalci Lucas, do PSDB. Izalci sabe que não é tão forte quanto Ibaneis, Flávia Arruda e Leila do Vôlei. Mas, como quer disputar a reeleição para o Senado em 2026, precisa manter seu nome em evidência desde agora. Mas pode acabar surpreendendo, porque é um político articulado e que sabe reunir apoios. Nada tem de amador.”
A senadora Leila do Vôlei é bem avaliada e, se contar com o apoio do senador José Antônio Reguffe (Podemos) — um outsider na política (conhecido como “Robespierre de Brasília”, por ser tido como “incorruptível”), cujo projeto é mais pessoal do que de grupo —, poderá se tornar uma candidata competitiva. Um de seus cabos eleitorais deverá ser o senador Jorge Kajuru (Podemos), que é popular em Brasília e no Entorno do Distrito Federal.
Há quem aposte que a disputa do segundo turno em Brasília terá duas mulheres — Flávia Arruda e Leila do Vôlei. A tendência é que Ibaneis Rocha apoie a primeira no segundo turno. “Não se deve subestimar Ibaneis Rocha, porque, em campanha, movimenta uma dinheirama, o que, ao menos em Brasília, tem seu ‘valor’”, diz um deputado distrital. Por sinal, pró-governador. (fonte:www.jornalopcao.com.br)
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