O líder da Igreja Católica deixou o hospital no banco do carona do veículo azul tradicionalmente usado por ele em seus deslocamentos pela capital italiana. Antes de voltar ao Vaticano, o pontífice ainda fez uma parada para oração na Basílica de Santa Maria Maggiore, maior igreja mariana de Roma. Ao chegar à Casa Santa Marta, sua residência oficial, ele ainda cumprimentou policiais de sua escolta e soldados do Exército que faziam a segurança da região.
Ao longo de sua internação, o papa acompanhou o noticiário internacional, enviou mensagens de pêsames pelo assassinato do presidente do Haiti, defendeu o direito de uma saúde gratuita para todos e comemorou os títulos da Argentina e da Itália na Copa América e na Eurocopa, respectivamente.
No último domingo (11), o papa se dirigiu aos fiéis de uma varanda no décimo andar do hospital, dizendo estar “feliz por poder manter” esse compromisso dominical.
Ontem, ele visitou crianças internadas em uma ala voltada ao tratamento de câncer. O sumo pontífice deve descansar durante todo mês de julho no Vaticano. Nenhuma audiência geral ou reunião oficial foi marcada para este período. De acordo com sua agenda, ele celebrará o Ângelus de domingo do Palácio Apostólico da Praça de São Pedro.
Francisco terá várias semanas para se restabelecer totalmente da cirurgia antes de poder viajar novamente. Ele já anunciou uma visita oficial à Eslováquia de 12 a 15 de setembro, com uma breve passagem pela Hungria, país governado pelo primeiro-ministro populista de direita Viktor Orbán. A programação prevê a celebração de apenas uma missa em Budapeste.
Esta será a segunda viagem do papa ao exterior em 2021, depois do Iraque, em março. O papa ainda tem planos de viajar a Escócia, em novembro, para participar da Conferência da ONU sobre o clima (a COP26).
Vaticano reconheceu gravidade da cirurgia – Na última quarta-feira (7), o Vaticano reconheceu a gravidade da cirurgia para curar uma condição do sistema digestivo do Santo Padre, que consiste no estreitamento causado pelo surgimento de pequenas bolsas, chamadas divertículos, nessa parte do intestino grosso. Em boletim divulgado na ocasião, a Santa Sé admitiu que o exame anatomopatológico final do pontífice confirmou que ele sofria de uma “estenose diverticular grave com sinais de diverticulite esclerosante”. Até então, o Vaticano ainda não havia usado o termo “grave” para se referir à condição do papa. Desde a inesperada, entretanto programada internação, de acordo com o Vaticano, a imprensa e alguns médicos italianos especulavam a possibilidade de Francisco sofrer com a presença de um tumor no intestino. O boletim, porém, que confirmou a estenose diverticular, descartou essa teoria.
Desde que chegou a Roma, Jorge Bergoglio ganhou peso e sua diverticulite teria sido provocada por um regime alimentar rico em calorias, associado à falta de atividades físicas. Devido à idade do pontífice, os riscos associados à anestesia geral eram a principal preocupação da equipe médica.
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