Mesmo com o aumento da taxa extra cobrada na conta de luz dos brasileiros, o valor total arrecadado não será suficiente para cobrir as despesas adicionais com geração de energia elétrica. Segundo cálculos da consultoria MegaWhat, ainda haverá um rombo de R$ 5 bilhões. Em agosto, o governo criou uma nova bandeira tarifária, chamada de bandeira de escassez hídrica. Com ela, há uma cobrança de R$ 14,20 por 100 kWh consumidos. De acordo com a consultoria, apesar de a arrecadação estimada com a nova taxa girar em torno de R$ 24,03 bilhões, os gastos a mais causados pela escassez de chuvas no país devem ser de cerca de R$ 29 bilhões.
“As hidrelétricas têm uma expectativa de geração média de energia em um ano. Mas a geração, em si, acaba variando, por depender dos fenômenos climáticos [chuvas]. Se ela é variável, existe o risco de gerar muito menos energia do que o esperado. Quando isso acontece, as hidrelétricas precisam cobrir esse déficit comprando energia de alguém. Esses são os gastos com o risco hidrológico”, disse.
Taxa só cobriria custo se subisse para R$ 18 – Segundo dados da MegaWhat, para que o déficit na conta fosse coberto pela arrecadação, a taxa extra na conta de luz deveria ser de R$ 18 por 100 kWh -uma alta de cerca de 27% em relação aos atuais R$ 14,20. De acordo com Petti, a situação deverá se estender até abril. “Hoje enxergamos que vai haver necessidade de um despacho termelétrico alto, a bandeira elevado de R$ 14,20 deverá ser válida até abril de 2022 e imaginamos que, quando chegar lá, o operador do sistema e a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) já vão ter um melhor entendimento de como os reservatórios estarão e pode ser que seja revisto esse valor de bandeira tarifária”, afirmou. “Se a situação se agravar mais, pode ser que haja ainda mais extraordinária. Mas acho que é bem improvável”, disse (com informações do Uol)
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