Durante a sessão da CPI desta quinta-feira, o senador Fabiano Contarato (Rede-ES) confrontou o empresário bolsonarista Otávio Fakhoury, que havia atacado a orientação sexual de Contarato em suas redes sociais. O empresário republicou um tuíte no qual o parlamentar comete um erro de grafia, criticando-o com um comentário homofóbico.
“O delegado, homossexual assumido, talvez estivesse pensando no perfume de alguma pessoa ali daquele plenário. Quem seria o ‘perfumado’ que lhe cativou”, escreveu Fakhoury.
Logo no início da sessão, Contarato ocupou a cadeira da presidência da CPI, ao lado do depoente, e confrontou o seu agressor. Disse que “dinheiro não compra dignidade, não compra caráter”. E afirmou que a família de Fakhoury não é melhor do que a sua, formada por ele, seu marido e dois filhos negros, Gabriel, de 7 anos, e Mariana, de 2.
O empresário recuou, disse que se tratava de uma brincadeira, pediu desculpas e se retratou do comentário.
Apesar de ter recebido o apoio dos membros da comissão, o senador reconhece que alguns deles podem ter a mesma visão do empresário. Prova disso, argumenta, é que os principais direitos conquistados pela comunidade LGBTQIA+ se deu via Judiciário e não por iniciativas do Legislativo.
Após ter confrontado diretamente o autor de um ataque homofóbico durante sessão da CPI da Covid, o senador Fabiano Contarato (Rede-ES) afirma que pensou duas vezes antes de expor sua família, mas considerou que era necessário se posicionar para que outras pessoas não passem pela mesma situação. “Somos um país preconceituoso, sexista, homofóbico, racista, misógino. Era necessário esse local de fala para dar um basta nisso. A gente não pode perder a capacidade de indignação”, disse Contarato à Folha enquanto deixava o plenário nesta quinta-feira (30). (com informações da Folha)
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