Em pouco mais de seis horas de depoimento à CPI da Covid, o empresário bolsonarista Otávio Fakhoury foi tachado de “negacionista” por senadores e criticado por se apresentar como um “mártir do bolsonarismo” ao classificar como “opinião” a divulgação de mentiras para descredibilizar vacinas e o uso de máscaras. Fakhoury, que se apresentou como investidor e empresário do ramo imobiliário, foi convocado a prestar depoimento devido à suspeita de ter apoiado canais e contas nas redes sociais que propagaram fake news em relação a tratamento e a modelos de prevenção para a Covid-19, o que ele nega.
Durante o depoimento, senadores apresentaram diversas publicações nas quais o empresário atacava vacinas contra a Covid-19 e defendia o que chamou de “tratamento precoce”, modelo que não existe e cujos medicamentos adotados já se provaram ineficazes contra a doença. Na CPI, o empresário manteve a posição: desqualificou o uso das máscaras e questionou a eficácia das vacinas, dizendo que os imunizantes contra o coronavírus ainda estão em fase de teste.
Horas após a declaração, o vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) enviou um comunicado no qual contestou a fala. “Todas as vacinas usadas no Brasil passaram pelas fases de teste 1, 2 e 3. Então, a vacina é segura. As vacinas autorizadas pela Anvisa também foram autorizadas pela OMS [Organização Mundial da Saúde] e pelo FDA [a agência reguladora norte-americana] e forneceram informações de eficácia e segurança para o seu uso e a partir dos ensaios da fase 1, 2 e 3″, leu Rodrigues.
Ligação com Eduardo Bolsonaro – Fakhoury foi tesoureiro do PSL em São Paulo, quando o diretório era presidido pelo deputado Eduardo Bolsonaro. Atualmente, é presidente do diretório estadual de São Paulo do PTB, cujo presidente nacional, Roberto Jefferson, aliado do presidente Jair Bolsonaro, está preso. (As informações são do G1)
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