Em um contexto de escassez generalizada de mão de obra devido à pandemia e ao Brexit, que levou muitos trabalhadores de outros países europeus a deixarem seu território, o Reino Unido precisa de 15 mil açougueiros, informou uma federação do setor nesta sexta-feira, alertando para o risco de escassez de alguns produtos tradicionais neste Natal.
Um porta-voz da Associação Britânica de Processadores de Carne disse ao jornal Times que a falta de mão de obra forçou o setor a se concentrar em abastecer os supermercados com cortes básicos.
— Deveríamos ter começado a produzir comida de Natal em junho, ou julho, mas até agora não fizemos isso — disse ele. — Haverá escassez de produtos festivos, como linguiça enrolada com bacon [uma refeição de Natal muito popular entre os britânicos].
A Associação Nacional do Porco, por sua vez, ressaltou que a indústria vinha aumentando salários e tentando aprimorar o treinamento e a automação após a pandemia, que atingiu o setor combinada com as regras de imigração pós-Brexit. Nesse ínterim, no entanto, os produtores enfrentam uma escassez aguda de açougueiros e matadouros, deixando até 150 mil porcos que já deveriam ter sido abatidos ainda nas fazendas.
Também há um deficit de caminhoneiros estimado em 100 mil trabalhadores, dos quais 20% seriam cidadãos de países da União Europeia que foram embora.
O governo britânico anunciou que enviará cerca de 200 soldados, 100 deles motoristas, para garantir o fornecimento de combustível no país, depois que o atraso na distribuição de combustíveis e uma corrida às compras secou as bombas dos postos nas grandes cidades.
O governo também autorizará a entrada imediata de até 300 motoristas estrangeiros de caminhão-tanque para que trabalhem no Reino Unido até final de março de 2022. Para isso, os trabalhadores receberão vistos temporários com o objetivo de reduzir a pressão sobre as cadeias de fornecimento causada pela falta de caminhoneiros.
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