sábado , 23 novembro 2024
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Pane nas redes afeta pequenos empresários

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Pequenos empreendedores que vendem seus produtos e serviços pelo WhatsApp e Instagram relataram as dificuldades para trabalhar nesta segunda-feira (4), afetados pela instabilidade dos aplicativos. Internautas em todo o mundo falaram das dificuldades para acessar os serviços – todos eles pertencem ao Facebook.
Por causa da pandemia, a vendedora Kelly Cristina Teixeira, de 41 anos, teve de fechar as portas da loja física da Bendita Maria Moda e passou a vender apenas através da loja virtual, principalmente por WhatsApp e Instagram. Ela estava conversando com clientes quando aconteceu a queda dos serviços.
“De repente tudo parou, pensei que o problema era da minha internet, agora vejo como somos dependentes desses aplicativos. Eu tinha uma loja na rua Augusta. E com a pandemia fui obrigada a fechar e me dedicar 100% a esse novo modelo digital. As coisas já não estão fáceis e agora tem essa queda, só por Deus”, afirma ela.
Uma empresária de Caruaru, no Agreste de Pernambuco, cujo estabelecimento tem mais vendas por meio do WhatsApp, informou ao g1 que está enfrentando problemas. “Não consigo falar com fornecedores, nem fazer pagamentos e nem receber dinheiro”, contou Kátia Freire. “Eu vendo mais de 600 produtos, entre petiscos, salgadinhos e bebidas. Imagina falar tudo isso numa ligação? Leva muito mais tempo”, destacou.
A chef de cozinha Daniella Goulart vende marmitas pelo Plano Piloto, em Brasília, e diz que ficou desesperada com a queda do WhatsApp. A falha começou perto da hora do almoço, momento de auge dos pedidos em restaurantes.
“Foi terror e pânico. Vivemos o caos hoje. Posso dizer que 99% dos meus clientes pedem comida pelo WhatsApp, e ele parou justamente na hora mais pesada do meu delivery. Até agora não sei o tanto de pedidos que perdi”, afirma. Daniela faz, em média, 60 marmitas durante a semana. “Meu prejuízo foi superior a 60% com certeza”, avalia. Ela afirma que o episódio serviu para que pense em novas estratégias.
Restaurantes que funcionam no sistema delivery em Santos, no litoral de São Paulo, tiveram prejuízos com a instabilidade do WhatsApp, Facebook e Instagram nesta segunda-feira (4). Os comerciantes, que utilizam as redes sociais para oferecer os produtos, relataram dificuldades e queda no número das vendas de até 80%.
Dona de uma floricultura no bairro Canasvieiras, no Norte da Ilha, Marisa Müller afirma que faz 90% das vendas por Whatsapp e foi prejudicada com a falha. “Hoje está horrível. A gente estava com bastante pedido [antes da instabilidade]. Tive que parar de conversar com os clientes no meio, antes de fechar o negócio”, explica.
Ela disse que muitos consumidores entram em contato pelo aplicativo para tirar dúvidas antes da compra. “É o principal meio. Eles vêm pedir orçamento, fotos”, afirma. Outras duas floriculturas da cidade também relataram ao g1 usarem bastante essa tecnologia e que o problema da tarde desta segundo afetou os serviços.
A pane global dos aplicativos da Facebook afetou o dia de trabalho de muitas pessoas em todo o mundo e, também, de professores. No Rio Grande do Sul relatam dificuldades para atender alunos. A professora Najla Diniz, que dá aula de português e religião para alunos do 6º ao 9º ano de uma escola municipal de Gravataí, na Região Metropolitana de Porto Alegre, ficou sem atender estudantes em modo remoto. “Hoje eu tenho três períodos de atendimento no WhatsApp e isso não aconteceu. É o momento que eles têm para tirar dúvidas, para perguntar sobre o que precisam fazer. É uma ferramenta pedagógica”, explica.
Julia Barbosa vende pães de fermentação natural em São Paulo. Ela recebe as encomendas exatamente às segundas-feiras, até às 18 horas, e faz as entregas às quartas e sextas. Quando percebeu que o WhattsApp não estava funcionando, ficou sem saber o que fazer. “Percebi que essa é a minha principal ferramenta de trabalho. Fiquei paralisada. Agora pedi ajuda para meu filho e vamos ligar para os clientes que já estavam em contato. Mas não tenho como ligar para todos”, explica Julia. A empreendedora chega a receber até 20 pedidos em uma segunda normal e faz as compras dos ingredientes de acordo com a demanda. “Essa pane vai atrapalhar toda a minha semana de trabalho. Provavelmente mude o dia das entregas”, conta. (Informações do G1, com edição)

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