O ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sergio Moro (Podemos) deve desistir da candidatura à Presidência da República caso não chegue a 15% de intenção de voto nas pesquisas eleitorais até fevereiro.
A informação foi repassada por interlocutores do ex-juiz à jornalista Carolina Brígido, colunista do UOL. Ainda segundo eles, se confirmada a performance ruim nas pesquisas, o ex-juiz buscará uma cadeira no Senado.
Atualmente as intenções de voto em Moro variam entre 9% e 11%. Para chegar ao resultado esperado, portanto, o exjuiz precisará de um salto significativo em apenas um mês. A campanha, no entanto, já convive com novas polêmicas, como a suspeita de que Moro se beneficiou financeiramente ao atuar no escritório Alvarez & Marsal, que presta consultoria para a Odebrecht, condenada por ele enquanto era juiz. A suspeita é de que ele tenha recebido para fornecer informações privilegiadas de processos e também da sua atuação como ministro do governo Jair Bolsonaro (PL).
O caso está sob apuração no Tribunal de Contas da União, onde o ministro Bruno Dantas determinou que o escritório revele os valores recebidos por Moro durante a sua atuação como consultor e detalhe quais foram os serviços prestados.
É justamente essa apuração que pode motivar Moro a trocar a candidatura à Presidência pela busca de uma cadeira no Senado. A avaliação dos interlocutores é de que o ex-juiz precisa de um mandato em 2023, seja ele qual for, para se blindar caso a apuração confirme o conflito de interesses e o favorecimento de Moro no escritório.
Para concorrer ao Senado, porém, Moro terá que enfrentar um ‘adversário’ no próprio partido. Álvaro Dias, um dos responsáveis por levar o ex-juiz ao Podemos, também pleiteia a única vaga para o cargo no Paraná. O político é o atual ocupante da cadeira e, ao que tudo indica, será candidato à reeleição. Ao site, os interlocutores não revelaram como seria a acomodação dos dois políticos no partido.
Pelas redes sociais, Moro negou a possibilidade de mudança e disse não ter ‘receio’ de investigações contra ele. “Sou pré-candidato à Presidência, não ao Senado. Sempre fui contra o foro privilegiado e não preciso de mandato”, escreveu o ex-juiz. (Com informações da Carta Capital)
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