O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luiz Carlos Ciocchi, afirmou nesta segunda-feira (11) que a expectativa é a bandeira tarifária — taxa extra aplicada às contas de luz — ficar na cor verde até o fim do ano, isto é, sem cobrança a mais para os consumidores.
A definição sobre a aplicação da bandeira tarifária na conta de luz cabe à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
A bandeira variava entre as cores verde, amarela e vermelha (patamares 1 e 2). No entanto, está em vigor desde setembro do ano passado a bandeira “escassez hídrica”, a mais cara do sistema (acima da vermelha patamar 2).
Na semana passada, o governo anunciou a antecipação do fim da bandeira “escassez hídrica”, que adicionou à conta de luz R$ 14,20 a mais para cada 100 quilowatts/hora (kWh) consumidos.
A partir de sábado (16), passará a vigorar a bandeira tarifária na cor verde, isto é, sem custo adicional para o consumidor (veja no vídeo abaixo).
O sistema de bandeiras tarifárias funciona conforme o custo de produção de energia. Ou seja, quanto maior o custo de produção, maior a taxa extra aplicada na conta de luz.
Nível dos reservatórios – Segundo Ciocchi, os reservatórios das usinas hidrelétricas estão terminando o período chuvoso com níveis altos de armazenamento, por isso não será necessário acionar diversas usinas termelétricas, como aconteceu ano passado. As térmicas são mais caras e poluentes.
Segundo dados do ONS deste domingo (10), os reservatórios estão com os seguintes níveis de armazenamento:
Subsistema Sudeste/Centro-Oeste: 65,14%;
Subsistema Sul: 51,68%;
Subsistema Nordeste: 97,24%;
Subsistema Norte: 98,43%.
A capacidade geral de armazenamento dos reservatórios do sistema elétrico estava em 68,6% no fim de março, e a perspectiva é que termine novembro deste ano em 60,8% (20 pontos percentuais acima do verificado na crise de 2008 e 34,8 pontos percentuais acima do registrado no mês mesmo do ano passado, quando o país enfrentou a crise energética).
“Nós estamos com os reservatórios numa boa condição e nós só vamos ter o despacho térmico dentro da ordem de mérito, ou seja, só utilizando as térmicas inflexíveis [que, por contrato, precisam funcionar]. Nessa situação, a tendência, a expectativa de todo o setor elétrico é que a gente passe todo este ano com bandeira verde”, afirmou Ciocchi.
Ele explicou que a previsão é que o setor use somente as termelétricas mais baratas ao longo do ano. E, ainda assim, num patamar inferior ao de 2021. A previsão é que a geração térmica fique em torno de 4 a 6 mil megawatts hora, contra até 20 mil MW alcançados em alguns meses do ano passado.
A maior preocupação para este ano vinha sendo o Sul do país, mas as chuvas das últimas semanas também encheram os reservatórios da região, o que trouxe, nas palavras do diretor-geral do ONS, uma tranquilidade para o ano de 2022.
“Estamos nos aproximando do final do período úmido, que foi muito aguardado e chegou com força, chegou bem, e com toda a nossa gestão, governança estamos conseguindo atingir níveis de reservatórios que há muito tempo não tínhamos, o que nos dá uma sinalização de travessia do período seco de forma muito mais tranquila, segura que do ano passado”, disse Ciocchi.
2023 ‘mais tranquilo’ – Ele afirmou que, mantidas as perspectivas de armazenamento de água e considerando o incremento na geração e na transmissão de energia esperado para 2022 e 2023, o ano de 2023 tende ser ainda melhor para o setor elétrico. “Teremos um ano [de 2023] ainda mais tranquilo, mais robusto do ponto de vista de abastecimento”, afirmou.
O diretor-geral do ONS negou que as novas usinas termelétricas que vão entrar no sistema a partir de maio acarretem custos adicionais para o consumidor. O leilão contratou 775,8 megawatts médios para entrega de 2022 a 2025, com custo total de R$ 39 bilhões. (Com informações do g1)
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