Filho 04 do presidente, Jair Renan Bolsonaro é alvo em investigação sobre tráfico de influência e patrocínio de empresarial para seu empreendimento no Mané Garrincha
Em mensagens obtidas pela Polícia Federal (PF), empresários foram procurados para pagar obras da sala comercial do filho 04 do presidente Jair Bolsonaro (PL), Jair Renan. O material faz parte do inquérito que apura suspeita de tráfico de influência.
A arquiteta responsável pela obra chegou a ironizar a busca por patrocinadores e disse que pediria “bolsa móveis e bolsa reforma”. Agora, a PF investiga se houve “patrocínio na obra”. Outro ponto, 04 teria atuado para intermediar contatos com o governo federal. Ele nega qualquer irregularidade. As informações foram publicadas em uma reportagem do jornal O Globo, nesta quarta-feira (20/4).
A PF teve acesso a diálogos do WhatsApp entre a arquiteta Tânia Fernandes e o personal trainer Allan Lucena, amigo de Jair Renan e responsável por ajudar na montagem de uma empresa de eventos no estádio Mané Garrincha, em Brasília, para o 04.
Diálogos – Durante uma conversa, em maio de 2020, Allan Lucena diz a Tânia: “Estamos indo, já tem um patrocinador”. Em seguida, ela responde: “Oba, preciso de todos os patrocinadores. Veja as cotas para patrocinar a execução”. No diálogo, o personal trainer afirma que, quando o orçamento da reforma estiver finalizado, será mais fácil montar as cotas de patrocínio para oferecer aos empresários. “Cota eletrônicos. Cota móveis. Cota reforma. Kkkkkk”, escreve ele. A arquiteta, então, responde: “Kkkkk vamos pedir bolsa móveis, bolsa reforma, bolsa família”. Allan ainda escreve: “Já já sai na mídia. Filho de presidente pede ‘bolsa móveis'”.
Follow the money – Segundo as investigações, uma das empresas apontadas como patrocinadoras recebeu, desde 2019, R$ 25,4 milhões em contratos para o fornecimento de móveis como poltronas, cadeiras e mesas de escritório ao governo federal. A PF obteve indícios de que os responsáveis pela reforma buscaram ocultar o nome de Jair Renan no negócio e que negociavam a diminuição no valor da reforma caso não fosse emitida uma nota fiscal. O contrato de prestação de serviços apresentado pela arquiteta era no valor de R$ 9,5 mil, segundo os documentos obtidos pela investigação.
O “follow de money” realizado pela PF levou ao empresário Luís Felipe Belmonte, da Belmonte Sports. “Bom dia Alan, tudo bem? Deixa eu te falar, será que a arquiteta pode preparar um contratinho formalizando o valor a ser repassado que a Belmonte Sports vai repassar esse valor [R$ 9,5 mil]” — áudio encaminhado por Allan para a arquiteta em 2020, sem mencionar autor.
Em junho de 2020, Allan ainda pediu para a arquiteta verificar se o pagamento de Luís Felipe havia sido depositado em sua conta e diz que ele estava abalado psicologicamente, após ter sido alvo de buscas da PF no inquérito dos atos antidemocráticos do Supremo Tribunal Federal (STF).
O empresário Luís Felipe Belmonte é um dos fundadores do Aliança pelo Brasil, partido que abrigaria Bolsonaro. A ida do presidente à legenda, contudo, não deu certo. (As informações são do Correio Braziliense)
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