O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou a morte da rainha Elizabeth II, aos 96 anos, nesta quinta-feira (08/09). Os dois se encontraram duas vezes como chefes de estado. Em 2006, durante uma visita oficial para assinar acordos de cooperação entre Brasil e Reino Unido, e em 2009, durante encontro do G20. “A Rainha Elizabeth II testemunhou e participou dos grandes eventos e processos históricos dos últimos 80 anos. Marcou era como Chefe de Estado, reinando em convivência com primeiros-ministros de diferentes linhas ideológicas”, disse o líder brasileiro.
A monarca estava no trono britânico desde 1952. Seu filho mais velho, o príncipe Charles, 73 anos, deve sucedê-la. “Em nosso governo, o Reino Unido e o Brasil tiveram excelentes relações diplomáticas, políticas e comerciais, marcadas pela visita de Estado em que ela nos recebeu, em 2006. Gravo na memória nosso encontro na reunião do G-20 em Londres, em 2009. Minhas condolências à família e a todos que admiravam a Rainha Elizabeth II no Reino Unido e ao redor do mundo”, completou o ex-presidente.
Encontros – Como presidente do Brasil, Lula encontrou com Elizabeth II pela primeira vez em 2006, a convite da rainha, e ficou hospedado durante três dias no Palácio de Buckingham. Na ocasião, governos brasileiro e britânico firmaram acordos de cooperação nas áreas de educação, combate à pobreza, ciência e tecnologia, saúde, promoção do desenvolvimento sustentável, mudança climática e produção artística.
Lula também participou de encontros com empresários e lideranças mundiais. Em um seminário empresarial, inclusive, ele discursou as sobre as ótimas oportunidades de investimento que o Brasil daquela época apresentava.
No último dia, um jantar em homenagem a Lula ocorreu no palácio e contou com 165 convidados, entre eles os ministros brasileiros que faziam parte da comitiva, como Gilberto Gil, Fernando Haddad e Celso Amorim, o primeiro-ministro britânico Tony Blair, o roqueiro Jimmy Page e embaixadores na Grã-Bretanha de países como México e Kuwait.
Protagonismo – O segundo encontro com a rainha aconteceu em abril 2009, durante reunião em Londres da cúpula do G20, a organização que reúne os líderes das principais economias do mundo. Esse encontro ganhou o mundo após o então presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, elogiar Lula, afirmando que o brasileiro “é o cara” e o “político mais popular do mundo”.
Sete meses depois, Lula foi mais uma vez recebido pela rainha Elizabeth no Palácio de Buckingham, onde explicou como enfrentou e superou rapidamente a “crise financeira de 2008”.
Depois do encontro, o presidente Lula recebeu o Prêmio Chatham House 2009, por ser o líder da estabilidade e da integração da América Latina. Aplaudido de pé após quase uma hora de discurso, ele incentivou empresas estrangeiras a investirem no Brasil e disse que o país tinha cansado de ser “economicamente pequeno”, prevendo um crescimento de 5% para 2010. A alta do PIB daquele ano, porém, superou as expectativas, alcançando 7,5%. Superou os Estados Unidos (2,8%) e a União Europeia (1,7%), e inferior a China, com 10,3%.
Naquela viagem, Lula também inaugurou o que seria o segundo escritório do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) no exterior – o primeiro, em Montevidéu, no Uruguai, havia sido lançado pelo presidente dois anos antes. A intenção, como explicou na ocasião, era não só cuidar das empresas brasileiras no exterior, mas também convencer as empresas estrangeiras a investir no Brasil para gerar empregos e renda.
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