Hospitalizações de menores de 5 anos por Covid-19 têm queda mais lenta que no resto da população
Entre 17 de julho e 10 de setembro de 2022, crianças menores de cinco anos passaram a responder por 8,5% do total das internações por Covid-19 no Brasil, um aumento de 50% em relação ao primeiro semestre do ano. Entre 2 de janeiro e 18 junho, o grupo representava 5,6% das hospitalizações por complicações da doença. A análise é de Cristiano Boccolini, coordenador do Observa Infância (Fiocruz/Unifase), com base nos dados dos Boletins Epidemiológicos Especiais: Covid-19 (SVS/Ministério da Saúde).
Com o avanço da vacinação entre adolescentes, adultos e idosos, as taxas de hospitalização e mortalidade caíram em todas as faixas etárias, mas entre menores de cinco anos a queda é mais lenta. Entre maiores de 60 anos, houve redução de 325% na média diária de óbitos por Covid-19, enquanto entre menores de cinco anos a redução foi de 250%.
Em 13 de julho, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso emergencial da Coronavac para crianças de 3 e 4 anos, mas até 23/09 somente 2,5% da população com essa idade havia recebido as duas doses da vacina. Para bebês de 6 meses a 2 anos, a Anvisa aprovou o uso da Pfizer pediátrica em 16 de setembro.
“A cada dia que passamos sem vacinas aplicadas nessa faixa etária, mais de uma criança morre por Covid-19 no Brasil”, afirma Cristiano Boccolini, que é pesquisador em Saúde Pública da Fiocruz.
Observa Infância – O Observatório de Saúde na Infância – Observa Infância é uma iniciativa de divulgação científica para levar ao conhecimento da sociedade dados e informações sobre a saúde de crianças de até 5 anos. O objetivo é ampliar o acesso à informação qualificada e facilitar a compreensão sobre dados obtidos junto a sistemas de informação nacionais. As evidências científicas trabalhadas são resultado de investigações desenvolvidas pelos pesquisadores Patricia Boccolini e Cristiano Boccolini no âmbito do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz) e da Faculdade de Medicina de Petrópolis (FMP) do Centro Arthur de Sá Earp Neto (Unifase), com recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação Bill e Melinda Gates.
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