O ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB) disse ter dado 50 tiros contra agentes da Polícia Federal que o prenderam no domingo (23), em sua casa no Rio de Janeiro. A informação foi dada em depoimento à PF, ao qual o g1 teve acesso. O carregador do fuzil 5.56 mm, usado por ele, comporta 30 balas. Para dar os 50 tiros, ele precisaria trocar de cartucho, segundo apurou a equipe de reportagem.
O ex-deputado diz que atirou na viatura da PF e que não queria atingir os policiais. Também admitiu ter lançado três granadas nos quatro agentes que estavam embaixo da sua casa, em Comendador Levy Gasparian, no interior do estado. Dois agentes ficaram feridos. Disse também e que, se quisesse, “matava os policiais”, mas que não tinha a intenção porque eles não tinham culpa das perseguições contra ele. O ex-deputado também pediu desculpas pelos feridos, pois “não atirou intencionalmente”.
Arsenal – Jefferson disse que já teve mais de 100 armas, quando morava em Petrópolis, mas que atualmente tem um arsenal entre 20 e 25 armas – mesmo com registro de CAC irregular. Segundo o ex-deputado, as armas estão em um hotel em Brasília e foram adquiridas legalmente “no mercado”. Por vários momentos, no depoimento, Jefferson disse que “não tinha a intenção de se render”, que “só sairia de lá morto”.
Jefferson foi indiciado pela Polícia Federal por quatro tentativas de homicídio. O indiciamento é referente aos dois agentes que foram feridos com estilhaços durante cumprimento de mandado de prisão e outros dois que estavam numa viatura, mas não chegaram a ser atingidos.
Uma audiência de custódia nesta segunda-feira (24) manteve a prisão em flagrante do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ). Airton Vieira, juiz auxiliar do gabinete do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
O aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL) foi autuado por atacar com fuzil e granadas os agentes que foram a Comendador Levy Gasparian, no interior do RJ, no domingo, para cumprir um mandado de prisão expedido pelo ministro Alexandre de Moraes. Na chegada dos agentes da PF, por volta das 11h, Jefferson jogou duas granadas e deu tiros de fuzil. Foram oito horas desrespeitando a ordem do STF até a rendição, às 19h.
O sistema do Exército aponta que a licença do ex-deputado Roberto Jefferson estava suspensa e que ele não poderia ter ou transportar armas fora de Brasília. Por conta do descumprimento, o Exército abriu processo administrativo para apurar o caso, e a Polícia Federal instaurou inquérito na esfera criminal.
Jefferson está no presídio de Benfica, na Zona Norte do Rio.
Revogação da prisão domiciliar –Jefferson perdeu o direito à prisão domiciliar e teve de voltar à cadeia por ter desrespeitado as medidas cautelares impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Ele recebeu o benefício em janeiro deste ano, mediante o cumprimento de medidas como a proibição de usar redes sociais e dar entrevista sem autorização judicial.
Ele já havia descumprido a medida em diversas ocasiões. A última delas foi na sexta-feira (21) quando divulgou um vídeo nas redes sociais proferindo ofensas contra a ministra Cármen Lúcia, do STF, ao reclamar de decisão judicial tomada por ela. Com o descumprimento reiterado da medida, o benefício foi revogado e a Justiça determinou que voltasse à prisão. (As informações são do g1)
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