A China pediu nesta quinta-feira (12) à OMS (Organização Mundial de Saúde) que seja “objetiva” e “imparcial”, depois que seu diretor-geral, Tedros Adhanom Ghebreyesus, garantiu que Pequim não está dando números completos da mortes por Covid no país.
“Desde o início da pandemia, a China compartilha informações e dados com a comunidade internacional de maneira aberta e transparente. Fizemos uma contribuição importante para a pesquisa e desenvolvimento de vacinas e medicamentos em estreita comunicação com a OMS”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Wang Wenbin, em entrevista coletiva nesta quinta-feira.
De acordo com o porta-voz, “a China não só protegeu a vida de seu povo na maior medida possível, mas também contribuiu para uma resposta à covid em todo o mundo. Continuaremos a manter intercâmbios técnicos e aprofundar a cooperação com a OMS e o resto da comunidade internacional para proteger a saúde de todos de forma mais eficaz”, acrescentou.
“Também esperamos que a OMS analise a resposta da China à Covid de maneira científica e racional, e que suas declarações reflitam objetividade e imparcialidade”, disse Wang.
O porta-voz acrescentou que, no último mês, a China realizou cinco intercâmbios técnicos com a OMS, nos quais foram discutidos temas como “a situação epidêmica, tratamentos médicos, identificação de cepas de vírus ou vacinação”.
“Também realizamos reuniões bilaterais com representantes da União Europeia para fortalecer a cooperação na resposta à Covid. E de acordo com a própria OMS, a situação na China não deve ter um impacto significativo na situação epidemiológica na Europa neste momento”, disse ele.
A extensão da atual onda de infecções no país levantou questões sobre se Pequim está compartilhando dados reais sobre o surto após sua decisão de gerenciar a epidemia de forma mais frouxa e a abertura das fronteiras em 8 de janeiro.
Mas, apesar do tsunami de infecções e cenas de alta pressão hospitalar em algumas cidades chinesas depois de abandonar a política de “Covid zero”, as autoridades relataram apenas algumas dezenas de mortes recentes pela doença.
Assim, vários países impuseram restrições aos viajantes da China por medo de novas variantes, o que provocou a ira de Pequim, que defende que as medidas não levam em conta “nem a ciência, nem os fatos, nem a real situação epidêmica”.
Embora especialistas locais tenham afirmado que o pico de infecções já passou nas grandes cidades, outros lugares pediram cautela antes da aproximação do Ano Novo lunar, um período de numerosos deslocamentos.
Segundo o chefe do grupo de resposta à covid da Comissão Nacional de Saúde da China, Liang Wannian, a China “já passou o pior” da onda de infecções.
Sobre o número de mortes por covid, Liang disse na quarta-feira que “o lógico é contá-las após a pandemia”, com base em dados como “excesso de mortalidade”, que “será conhecido mais tarde”. (as informações são do R7)
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